Motoristas que abastecem em Belo Horizonte e na Região Metropolitana já sentem no bolso: a gasolina teve aumento médio de 2,69% em duas semanas — mesmo sem qualquer anúncio oficial da Petrobrás. É o que aponta levantamento divulgado nesta segunda-feira (15) pelo site de pesquisas Mercado Mineiro, em parceria com o aplicativo ComOferta.com, realizado entre os dias 10 e 12 de setembro em 186 postos da capital e da Grande BH.
Segundo a pesquisa, os preços oscilaram entre R$ 5,75 e R$ 6,79, refletindo uma diferença de quase 18% entre os postos. Em comparação com o preço médio anterior, registrado em 30 de agosto (R$ 6,13), houve aumento de R$ 0,16, elevando o valor médio para R$ 6,29.
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O reajuste foi mais sentido nos postos mais baratos, onde o litro passou de R$ 5,99 para R$ 6,39, um aumento de R$ 0,40 (6,68%). Já os estabelecimentos considerados mais caros mantiveram os valores estáveis no período.
Etanol
No caso do etanol, os preços oscilaram entre R$ 3,89 e R$ 4,99, uma variação de 28%. O preço médio passou de R$ 4,27 (30 de agosto) para R$ 4,48, o que representa alta de 4,97% (R$ 0,21 por litro).
A relação atual entre etanol e gasolina é de 71%, acima da referência de 70% usada para calcular a viabilidade do combustível, o que torna o etanol economicamente desvantajoso. Ainda assim, postos mais baratos elevaram o preço de R$ 4,05 para R$ 4,39, alta de 8,40% (R$ 0,34).
Mesmo com o aumento, considerando estimativas de consumo médio, o custo por quilômetro rodado é de R$ 0,55 para a gasolina (11,5 km/l) e R$ 0,53 para o etanol (8,5 km/l), apontando leve vantagem para o uso do etanol.
Diesel
Para o diesel S10, os preços variaram entre R$ 5,64 e R$ 6,69, diferença de 18,62%. O preço médio, no entanto, caiu de R$ 6,04 para R$ 6,02, um recuo de 0,36%.
O outro lado
O Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo de Minas Gerais (Minaspetro) informou, por meio de nota, que desde o anúncio do aumento da mistura de anidro na gasolina, em 1º de agosto, as usinas de etanol elevaram em R$ 0,28 o litro do combustível na produção.
“O mercado, diferentemente do governo, já previa o reajuste, uma vez que houve um aumento significativo na demanda por anidro. O hidratado, que é o combustível vendido diretamente nas bombas, também registrou alta considerável nas usinas: da semana de 18 de julho até o fechamento do mercado no último dia 12, o litro subiu R$ 0,26”, destacou a entidade.
A nota acrescenta ainda que a redução do preço dos combustíveis é interesse dos donos de postos. O Minaspetro afirma já ter apresentado propostas para baratear a gasolina ao consumidor, como a implementação do autoabastecimento e a correção de volume por temperatura no momento do carregamento dos caminhões.