Famílias que vivem perto da barragem de rejeitos de minério B1-A, na Mina do Quéias, em Brumadinho, na região Central de Minas Gerais, terão que deixar suas casas. A decisão foi tomada pela Agência Nacional de Mineração (ANM) e divulgada nesta quarta-feira (23).
A barragem pertence à empresa Emicon Mineração e Terraplenagem e teve o nível de emergência elevado para 2 — em uma escala que vai até 3.
Após a notificação da ANM, a Prefeitura de Brumadinho começou a informar os moradores da área que pode ser atingida em caso de acidente sobre a necessidade de evacuação.
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Segundo a ANM, apesar de novas investigações estarem em andamento, os dados ainda não foram incorporados às análises devido a pendências contratuais. Por isso, o órgão determinou que uma empresa independente seja contratada para revisar todas as informações.
A agência ressaltou que não foram registradas anomalias que indiquem risco iminente de rompimento. A decisão foi tomada durante o período de seca, quando o risco é menor, com o objetivo de garantir que a saída das famílias ocorra de forma segura e organizada.
Associação de moradores
A Associação dos Familiares de Vítimas e Atingidos pelo Rompimento da Barragem de Brumadinho (Avabrum) criticou a falta de fiscalização e medidas de segurança no setor da mineração. A entidade apontou retrocessos na legislação, como o adiamento da desativação de barragens perigosas e a aprovação de uma nova lei ambiental que favorece mineradoras.
Diante da situação, a Avabrum pretende acionar autoridades para exigir evacuação imediata das áreas de risco, revisão dos planos de segurança com fiscalização independente, responsabilização dos gestores e mais transparência com a população. A associação também reivindica visitas técnicas às mais de 30 barragens em estado crítico no estado.
A reportagem entrou em contato com a Emicon Mineração e Terraplenagem e aguarda posicionamento.