A Prefeitura de Belo Horizonte (PBH) decidiu recuar na implementação de limites para o número de food trucks em quatro praças da capital mineira. A decisão veio após negociações com os proprietários desses estabelecimentos móveis, que argumentaram já possuir uma organização própria nesses locais.
Inicialmente, uma portaria municipal havia estabelecido um número máximo de carros de comida que poderiam operar em quatro praças específicas: Praça Nova da Pampulha, Praça Manoel de Souza Barros (Bairro Castelo), Praça Guimarães Rosa (Bairro Cidade Nova) e Praça do Gutierrez.
O subsecretário municipal explicou que a portaria, publicada em fevereiro de 2025, tinha como objetivo principal regulamentar áreas da cidade com maior demanda por food trucks, especialmente em locais turísticos e próximos a patrimônios tombados, como a Praça da Liberdade e a Lagoa da Pampulha.
Organização comunitária prevalece
Os comerciantes argumentaram que já se organizavam entre si nesses espaços há anos, não necessitando de limites impostos pela prefeitura. Após as conversas, a administração municipal acatou o pedido da comunidade e retirou essas praças da portaria, reconhecendo a capacidade de auto-organização dos vendedores.
Felipe Correia Borba, presidente da Associação Mineira de Food Trucks, destacou que os proprietários são contrários à possibilidade de rodízio nos pontos de venda. ''Esse rodízio nessas praças, ainda bem, conseguimos tirar da portaria. Espero que não entre de novo, porque já há 14 anos você já está fazendo ponto, você já tem seus clientes fidelizados’’, afirmou Borba.
Apesar da flexibilização quanto aos limites, a prefeitura manteve a proibição de colocação de mesas e cadeiras nas ruas dessas quatro praças, uma demanda da categoria que não foi atendida. A medida busca equilibrar o uso do espaço público com as necessidades dos comerciantes e moradores da região.