Dias antes de ser cruelmente assassinada pelo pastor João das Graças Pachola, de 54, foi detido nessa terça-feira (11), a adolescente Stefany Vitoria Teixeira Ferreira, de 13 anos, sonhou que iria morrer. O episódio foi revelado à Itatiaia por Márcia Teixeira da Silva, 47 anos, mãe de Stefany, nesta quarta-feira (12).
A adolescente estava desaparecida desde o último domingo (9), em Ribeirão das Neves, na Grande BH. A família estava desesperada, pois ela tinha um perfil muito caseiro, saindo apenas basicamente para ir à igreja com a família. O corpo dela foi encontrado nessa terça (11). Preso, o pastor confessou o crime. A polícia investiga se a vítima foi estuprada.
“Ela falou assim: ‘mãe, sonhei que eu estava morrendo’. Mas eu não imaginei que fosse dessa forma. Isso tem uma semana”, contou a mãe, aos prantos. “Falei: minha filha, Deus não vai permitir, não. Você vai crescer, realizar seus sonhos pois deus tem o melhor para você. Mas Deus, nesse momento, preferiu recolher ela”, disse a mãe.
Márcia contou que a filha era caseira e não tinha inimigos. No dia do desaparecimento, Stefany pediu para ir à casa de uma amiga no período em que a mãe estava em culto. “Enquanto eu estava fazendo a obra de Deus, o Senhor estava recolhendo a alma dela. A alma dela está num bom lugar”, disse a mãe.
Márcia disse que já foi da igreja do pastor e que nunca poderia imaginar que ele seria capaz de matar a filha dela. “Na verdade, eu falo do coração, eu não imaginaria que poderia ter sido um estupro, mas que ele tirasse a vida dela, eu nunca imaginei que ele pudesse fazer isso. Ninguém consegue imaginar que ele poderia fazer isso”, disse.
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Carona
Conforme a polícia, o pastor ofereceu carona para a jovem Stefany. Como era vizinho da família e, supostamente, um homem de confiança, ela aceitou. No entanto, ele a levou para uma lagoa na região do Tijuco. Segundo as investigações, Stefany conseguiu sair do carro desesperada, mas o pastor a pegou a força.
Um casal que estava na região viu a movimentação estranha. Nesse momento, João das Graças teria dito que a menina era filha dele e que está passando por problemas mentais. A versão gerou desconfiança, o casal anotou a placa do veículo e passou para a polícia. A informação foi fundamental para a prisão do pastor.