Após seis anos, a solenidade da tragédia de Brumadinho neste sábado (25) foi marcada por emoção e pedidos de justiça. Familiares de vítimas se reuniram na Praça das Jóias, em Brumadinho, na Região Metropolitana de Belo Horizonte.
A lama da Vale provocou a morte de 270 pessoas, sendo que duas vítimas estavam grávidas no dia do rompimento. Seis anos após o rompimento da barragem da mina Córrego do Feijão, ninguém está preso.
O nome de cada uma das vítimas foi lido pelos familiares e acompanhados de gritos de “presente”. Três nomes vieram acompanhados de gritos de “ausente”. Já que mais de 2 mil dias após o rompimento, três vítimas ainda permanecem desaparecidas.
Pontualmente, ao 12h28, balões foram soltos para simbolizar cada uma das pessoas que morreu em meio aos rejeitos de minério.
A presidência da Avabrum, associação que representa os familiares de vítimas, afirma que sonhos foram interrompidos pela Vale e reclama ninguém está preso até hoje.
‘Nós temos um dia repleto de dor, que são seis anos sem justiça, seis anos que os nossos foram embora da pior maneira possível e nós estamos aqui para mostrar o que é irreparável. E é isso que queremos mostrar através do ato de hoje, da inauguração do memorial’, declara Nayara Porto.
Não deixar a tragédia cair no esquecimento. Essa é uma das principais lutas dos familiares das vítimas. Por isso, um local de homenagens será inaugurado neste sábado. O Memorial Brumadinho irá salvaguardar os segmentos corpóreos das vítimas.
‘Não só números, são pessoas! O Memorial é um sonho é um sonho nosso que tá saindo do papel. Foram três anos e meio de muita luta, porque a Vale queria ser dona do memorial, queria ditar as regras, ou seja fazer uma homenagem para quem ela mesma matou’
O processo de responsabilização se arrasta na Justiça, como explica a gerente geral institucional da Aedas, Gabriela Cota.
‘Em relação a essa movimentação processual, têm duas esferas de responsabilização da empresa. Tem a esfera criminal, que teve essa movimentação de saída do processo do estado de Minas para ir para o Tribunal Regional Federal da 6ª região e recentemente a gente teve a o habeas corpus que absolveu o ex-presidente da Vale a época do rompimento. Mas ainda tem outros réus a serem julgados pela esfera criminal’, pontua Gabriela Cota.
Além disso, também tem o processo cível, que corre no Tribunal de Justiça de Minas Gerais na 2ª vara de Belo Horizonte, ‘dentro desse processo de reparação possível todo o debate, da discussão dos danos individuais’.