O advogado Raony Scheffer afirmou que vai recorrer da prisão de Arilton Bastos Alves, caminhoneiro envolvido no acidente na BR-116 que matou 39 pessoas na BR-116 em Teófilo Otoni, no Vale do Mucuri de Minas Gerais. O episódio aconteceu em 21 de dezembro do ano passado.
Arilton foi preso nessa terça-feira (21). A Polícia Civil de Minas Gerais informou que exames apontaram que o motorista estava sob efeito de álcool, drogas ilícitas e medicamentos no dia da colisão.
Em nota enviada à imprensa, o advogado declarou que o caso tem sido objeto de exposição midiática pelas Polícias Civil, Militar e Rodoviária Federal.
Ele afirmou que o seu cliente se apresentou voluntariamente às autoridades e colaborou com as investigações. Além disso, questiona os laudos periciais que atestam excesso de velocidade e consumo de álcool e drogas.
“A defesa ainda não teve aceso aos exames toxicológicos que indicaram a suposta presença de substâncias psicoativas no organismo. Mas eles não comprovam que ele tenha feito uso de álcool, utilizado qualquer substância entorpecente durante a viagem e muito menos que estava sob efeito de qualquer bebida ou drogas no momento do acidente. Nenhum exame tem como atestar isso de maneira categórica”, alega Raony Scheffer.
A nota também critica a postura de Romeu Zema (Novo), governador de Minas Gerais, que anunciou em suas redes sociais a notícia da prisão do caminhoneiro.
“Essa publicidade viola os princípios do devido processo legal, da presunção de inocência e da não culpabilidade, ao condenar o investigado definitivamente antes do Poder Judiciário de maneira leviana e irresponsável movido por fins políticos”, diz o advogado.
“O governador deveria se preocupar em recuperar as estradas e rodovias de MG que estão em má conservação”.
O acidente
O ônibus de passageiros, uma carreta bitrem e um carro de passeio se envolveram em uma colisão nas primeiras horas do dia 21 de dezembro de 2024, na altura do km 285 da BR-116 em Lajinha, comunidade rural de Teófilo Otoni.
O acidente deixou 39 vítimas, todas do ônibus da empresa Emtram. O veículo saiu de São Paulo com destino a três cidades da Bahia. Havia três passageiros no carro de passeio, do modelo Fiat Argo. Todos sobreviveram.