O serviço de mototáxi em Belo Horizonte pode estar com os dias contados. A Superintendência Regional do Trabalho e Emprego de Minas Gerais solicitou a suspensão imediata do transporte de passageiros por motocicletas pelos próximos três meses na capital mineira.
O superintendente do Ministério do Trabalho, Carlos Calazans, se reunirá na sede do Ministério Público com o Procurador-Geral de Justiça do Estado, Paulo de Tarso, para debater o tema e discutir as medidas judiciais cabíveis. É importante ressaltar que o serviço de transporte de passageiros por moto não é regulamentado em Belo Horizonte.
Calazans esclareceu que a suspensão se aplica apenas ao transporte de passageiros, não afetando os serviços de entrega por motocicleta. “Nós estamos discutindo as motos de passageiros, que não têm nenhuma regulamentação. De fato, há uma lei federal que autoriza, mas pede para os municípios fazerem uma regulamentação. E aqui em Belo Horizonte não foi feita nenhuma regulamentação, nem na Câmara, nem na prefeitura, e os aplicativos estão rodando sem nenhum critério”, afirmou o superintendente.
Riscos à segurança e acidentes fatais
A preocupação principal das autoridades é a segurança dos passageiros e motociclistas. Calazans destacou que muitas pessoas que nunca andaram de moto estão utilizando o serviço, colocando suas vidas em risco. “Já tivemos acidentes fatais, que é grave. Então virou alternativa de transporte”, alertou.
Outro ponto levantado é a pressão econômica sobre os motociclistas. “Como o valor é muito pequeno, para ter um valor adequado, o motociclista com o passageiro tem que fazer muitas corridas, para valer a pena, e aí expõe a vida das pessoas”, explicou Calazans.
Proposta de corredores exclusivos
O superintendente também fez um apelo às autoridades municipais para que estudem a implementação de corredores azuis em Belo Horizonte, similares aos existentes em São Paulo. Esses corredores exclusivos para motocicletas poderiam ser instalados em vias importantes como Amazonas, Antônio Carlos e Cristiano Machado.
Calazans citou que, mesmo com os corredores azuis, que reduziram os acidentes em quase 50% em São Paulo, o prefeito Ricardo Nunes também pediu a suspensão do serviço de mototáxi na capital paulista,