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Vídeos revelam novas circunstâncias relacionadas à queda de advogada morta em BH

Carolina caiu do oitavo andar de um prédio localizado no bairro São Bento, na regional Centro-Sul da capital mineira; a morte da mulher foi dada, inicialmente, como suicídio

Imagens do circuito de segurança mostram controversas no depoimento de Raul Rodrigues Costa Lages sobre a sequência de fatos no dia da morte de Carolina da Cunha Pereira França Magalhães, em 8 de junho de 2022. Dois anos depois, ele se tornou réu pela morte da namorada.

Carolina caiu do oitavo andar de um prédio localizado no bairro São Bento, na regional Centro-Sul da capital mineira, às 23h11. A morte da mulher foi dada, inicialmente, como suicídio. No entanto, o inquérito da Polícia Civil concluiu que a mulher foi assassinada e acusou o Raul como autor do crime.

Polícia não verificou imagens

Os vídeos foram revelados com exclusividade pelo Fantástico, da TV Globo, nesse domingo (25). Conforme a reportagem, a família e amigos nunca acreditaram na hipótese de suicídio. Diante disso, o irmão de Carolina, o também advogado Demian Magalhães, começou uma investigação paralela.

“Na noite do crime, a polícia não foi até a portaria onde fica a tela com o gravador das câmeras para pedir acesso. No dia seguinte do falecimento dela, eu fui à portaria do prédio e pedi esse acesso. Essa foi a primeira vez que a gente viu a sequência dos fatos e viu que a versão que ele tinha apresentado não batia com a realidade”, conta o irmão da vítima.

Segundo as imagens obtidas pela reportagem, as 23h14, quando Carolina já estava morta, o elevador estava parado na portaria. E é acionado para o 8º andar. Na versão do advogado, ele ouviu o barulho quando estava no elevador.

O vídeo mostra Raul entrando com as roupas trocadas com uma mochila e duas sacolas cheias. Em seguida, vai em direção à portaria e ao tentar sair do prédio encontra o porteiro desesoerado, que o leva até o local onde o corpo está caído.

Cerca de um minuto depois, imagens revelam Raul saindo falando ao celular, coloca as sacolas no porta-malas do carro que estava estacionado na rua e arranca.

Para a família, Raul Lages poderia ter sido preso em flagrante ali mesmo, se a polícia militar tivesse solicitado as câmeras de segurança do prédio e vistoriado as sacolas.

Em nota, a polícia militar de MG disse que “todas as informações colhidas, preliminarmente, no local do fato, foram registradas em boletim de ocorrência e encaminhadas à Polícia Civil para as devidas apurações e providências cabíveis.”

Denúncia do MPMG

O Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) denunciou Raul por homicídio qualificado, com os agravantes de motivo torpe, uso de recurso que dificultou a defesa da vítima e feminicídio.

“O crime foi cometido contra a mulher, por razões da condição de sexo feminino, em cenário de violência doméstica e familiar, permeada por violência física e psicológica à vítima, as quais foram materializadas pela ação delitiva levada a cabo pelo denunciado”, consta na denúncia.
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O inquérito policial, concluído em agosto de 2024, apontou que o relacionamento era “conturbado” e “permeado por frequentes agressões físicas e verbais praticadas pelo denunciado” e por “diversas rupturas e retornos”.

A investigação apurou que Raul e Carolina discutiram na noite do crime, a mulher foi agredida e ficou desacordada.

Com a namorada inconsciente, o acusado limpou os cômodos do apartamento, colocou roupas de cama para lavagem, cortou a tela de proteção da varanda e jogou Carolina pela janela, segundo a denúncia do MP, publicada em 23 de setembro de 2024.

Após ser denunciado, Raul Rodrigues Costa Lages se tornou réu no caso. Ele responde o processo em liberdade e nega as acusações.

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