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Moradores do Aglomerado da Serra, em BH, denunciam que estão sem água há mais de uma semana

População reclama que não há água nem para beber em cinco das oito vilas da comunidade; Copasa afirma que serviço será normalizado até o fim do dia

Serviços de graça serão oferecidos em duas etapas

Moradores de cinco vilas do Aglomerado da Serra, na região Leste de Belo Horizonte, denunciam que estão sem água há mais de uma semana. As vilas afetadas são: Nossa Senhora de Fátima, Santana do Cafezal, Novo São Lucas, Fazendinha e Marçola.

A população afirma que já questionou a Companhia de Saneamento de Minas Gerais (Copasa) sobre a falta do serviço, mas não teve retorno. Indignados, os moradores reclamam que não conseguem fazer os afazeres do dia a dia sem água.

“Estamos sem água para beber, para fazer comida, muitas mães com crianças pequenas em casa. Detalhe: estamos recebendo contas com valores surreais. Na minha casa, já chegou conta de R$ 300 e de R$ 800. Eu quero um retorno da Copasa. O que vamos fazer? Sem água e pagando contas em valores exorbitantes. é uma falta de respeito. É uma questão de falta de dignidade ficar sem água dentro de casa há vários dias, passar o fim de semana sem água, e até agora não tem nenhuma posição da Copasa”, diz Patrícia, moradora da Vila Santana do Cafezal.
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Moradora da Vila Novo São Lucas, Paula conta que cuida de crianças para garantir uma renda extra. Porém, sem o abastecimento de água, ela não pôde ficar com os pequenos em casa.

“Sem água, eu dispensei elas. Criança precisa tomar banho, lavar roupa, lavar um prato. E é um meio de eu ganhar um dinheirinho. Eu pago R$ 700 de aluguel, pago água, luz, internet, comida. Eu vim da Bahia há pouco tempo e não tenho casa pra morar, mas a conta vem. Se a gente não paga conta, eles fazem o que? Eles cortam”, lamenta.

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Simone Sigali, uma das fundadoras do Coletivo Mulheres da Quebrada, faz um apelo para que as autoridades e a Copasa resolvam o problema do abastecimento no Aglomerado da Serra, que, segundo ela, é rotineiro.

“Das oito vilas, cinco estão sem água desde o final da semana passada. A comunidade está precisando de ajuda. Há crianças, pessoas doentes, acamadas, idosos... A população está sem água até para tomar. Imagina, então, para se alimentar e para ter seus cuidados de limpeza íntimos e da casa. Pedimos ajuda das autoridades. Pedimos que olhem para a comunidade do Aglomerado da Serra. Essa situação é recorrente. Durante todo o ano, aconteceram vários episódios. Mais uma vez estamos sem água e pedindo socorro”, afirma.

Procurada pela Itatiaia, a Copasa informou que o abastecimento de água poderia sofrer intermitências na região devido a uma manutenção emergencial, realizada nesta terça-feira (19). A Companhia não explicou a razão da interrupção do serviço nos outros dias da semana.

Questionada pela reportagem, a companhia respondeu que “a manutenção nas redes foi realizada dentro do prazo, porém, a operação também teve de atuar na unidade de bombeamento após uma queda de energia”.

A Copasa ainda informou que a previsão é que o abastecimento seja normalizado, gradativamente, até o fim do dia. (Veja a nota completa abaixo).

Nota da Copasa

“A Copasa informa que, devido à necessidade de manutenção emergencial, o abastecimento dos bairros Alto Vera Cruz, Baleia, Fazendinha, Mangabeiras, Marcola, Nossa Senhora da Conceiçao, Nossa Senhora de Fátima, Serra e Vila Novo São Lucas, na cidade de Belo Horizonte, poderá apresentar intermitências nesta terça-feira (19/11).

A previsão é que o fornecimento de água seja normalizado, de forma gradativa, no decorrer da tarde de hoje (19). A Companhia destaca que, nesses casos, os imóveis que possuem caixas d'água podem não sofrer impactos”.


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Fernanda Rodrigues é repórter da Itatiaia. Graduada em Jornalismo e Relações Internacionais, cobre principalmente Brasil e Mundo.