O ser humano, antes de qualquer decisão importante, dedica-se exaustivamente aos cálculos e a procedimentos alicerçados somente na razão. Esquece-se ou desconsidera, assim, o que vem de seu coração. Trata-se de um equívoco: o coração é o centro e o segredo de uma força que é a maior, em comparação com outros poderes, sendo capaz de sustentar o amor verdadeiro, construtivo. O Papa Francisco, em sua mais recente Carta Encíclica, dedicada ao amor humano e divino que nasce do coração de Jesus, dedica o primeiro capítulo para falar sobre o centro da vida de cada pessoa: o coração é este centro.
Quem se aprisiona, facilmente, às racionalizações, sem considerar o próprio coração, é tomado por uma rigidez demoníaca. Essa rigidez cria cegueira para o sentido verdadeiro, belo e encantador da existência humana. Impede o aprendizado de lições capazes de configurar nova realidade, mais fraterna e solidária. De modo diferente, aqueles que se abrem ao centro espiritual do ser humano, o coração, onde habitam emoções e pensamentos, conseguem ouvir a voz do próprio Deus. Bem lembrada na Carta Encíclica do Papa Francisco é a referência aos discípulos de Emaús, Evangelho segundo São Lucas. Eles viviam um momento de angústia, desespero, desilusão, mas seus corações ardiam ao escutar as palavras de Jesus. Possamos acolher a sabedoria que vem do coração, de onde se ouve a voz do Mestre.