Uma vizinha do casal preso
Os crimes ocorreram em 29 de julho e 11 de agosto do ano passado, mas as informações sobre o caso foram repassadas em coletiva de imprensa da Polícia Civil na última terça-feira (27), após a conclusão do inquérito. De acordo com as investigações, a primeira menina foi morta com um pano na boca e teve o corpo jogado em uma área de linha férrea, no Parque dos Bandeirantes, em Betim, também na Grande BH. Já a irmã foi agredida pela mãe, ficou agonizando por sete dias até a morte. Em seguida, foi jogada às margens da rodovia Fernão Dias, na cidade de Igarapé.
“Eu, muitas vezes, ouvia as bebês chorando e ficava pensando o que estava acontecendo. Só que aí umas duas, três horas eu vi eles descendo, entrando para dentro da casa e as bebês ficavam caladas. Era muito raro quando ele saía com ela na varanda para tomar um sol. E todas às vezes que vi eles com elas, eles gritavam e falavam nome feio. Tinha vez que o casal saia 7 horas da manhã e voltava 2 horas da tarde. As bebês choravam muito, mas muito mesmo”, contou mulher, que não será identificada.
A vizinha disse ainda que presenciou abandono em pelo menos sete oportunidades. “Até que teve um certo dia que elas calaram, que foi um dia antes da festa do Arraial do Terê. Com uma semana depois, eles chegavam na varanda, perguntei sobre as bebês e eles falaram que ela estava passando mal e que tinham dado um xarope e que elas tinham se acalmado. Só que no dia da festa eles foram com elas e uma já estava morta”, disse.
Ainda de acordo com a Polícia Civil, a investigação começou após o pai, fazer uma ligação anônima para a polícia com o intuito de denunciar a mulher, de 28, que ameaçava se separar. Os dois acabaram presos em julho deste ano. “Ele fez essa denúncia anônima com nome da mãe, onde ela morava e a localização aproximada dos corpos das meninas”, contou o delegado Humberto Junior.
A mãe, de 28, foi presa na casa da família, no bairro Vila Rica, em Sabará. Já o pai foi localizado durante abordagem policial, no bairro Caiçara, região Noroeste da capital.
Facão na cintura
A testemunha disse ainda que, após o crime, o casal colocou lonas para impedir que a vizinhança tivesse visão da casa deles. “Eles invocavam com todas as pessoas que vinham na minha casa. Não podia chegar na varanda que eles xingavam de tudo que é nome feio”, disse, que completou:
“Muita gente dessa rua pensou em chamar o Conselho Tutelar, mas ele tinha uma mania de andar na rua com um facão na cintura. Então, a gente ficava com medo de chamar, falar alguma coisa e o Conselho Tutelar, querendo ou não, indicar quem foi que chamou. Ele era bem agressivo e a mulher dele era muito sem educação”, disse a testemunha.