Catequista, palhaço, o típico “boa praça”. Assim é caracterizado Dinamá Pereira de Resende, de 58 anos, condenado há 113 anos de prisão por pelo menos sete estupros cometidos contra crianças e adolescentes na década de 1990 em Várzea da Palma, cidade do Norte de Minas. O homem foi preso nesse sábado (11).
Após ter sua condenação confirmada pelo Superior Tribunal de Justiça, o homem se tornou foragido, e
“A população não sabia que se tratava de um monstro que já havia cometido vários estupros contra criança e adolescente se passando por funcionário da prefeitura. Ele ludibriava crianças vestindo-se até mesmo de fantasia de palhaço”, disse.
As denúncias contra o homem vieram à tona apenas no ano de 2019. Usando a igreja e um grupo de dança como fachada, o autor das violências chegava a atrair suas vítimas com coisas simples, como por exemplo oferecer bolo e refrigerantes após orações em sua casa.
A advogada Ana Luiza França, representante de algumas vítimas, fala sobre como os abusos eram cometidos.
“Dinamar era uma pessoa esperta, sabia o tipo de vítima que ele queria. Ao mesmo tempo que as mães acabavam confiando nele, ele ia conquistando as crianças. Conquistava com balas, chamando para fazer parte do grupo de dança que ele tinha… Muitas meninas tinham o sonho de ser dinamitas. E, com isso, viajar para cidades da região. E era nesses momentos que acontecia todos os tipos de abuso.”
“Tem relatos de vítimas que contam que ele pegava as crianças, as colocavam para pilotar a moto enquanto abusavam delas. Também temos relatos de vítimas que, infelizmente, não ficou só no ato libidinoso e ocorreu a conjunção carnal”, acrescentou.
A enteada está entre as vítimas. “Enteada é uma mulher hoje muito forte desde o primeiro momento. Mas, agora, ela viu que teria voz para falar e deu a cara a tapa, mostrado o que acontecia. Ele a ameaçava e até jogou água no colchão. Ele dizia: ‘se você contar para sua mãe, alguma coisa vai acontecer para você'. Ela sofreu esses abusos dos seis aos treze anos”, finalizou.
Dinamá foi encaminhado à Central de Flagrantes da Polícia Civil e, posteriormente, deverá ser levado de volta ao sistema prisional.