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‘Não dá pra parar de atender’, afirma presidente da Federassantas sobre dificuldades financeiras dos hospitais de Minas

O acidente na Sana Casa acende alerta para a situação financeira dos hospitais públicos e filantrópicos do Estado

O acidente na Sana Casa acende alerta para a situação financeira dos hospitais públicos e filantrópicos do Estado

O incêndio que interditou o CTI da Santa Casa de Belo Horizonte, na noite dessa segunda-feira (28), e provocou a morte de pelo menos três pessoas, sendo duas confirmadas pela assessoria do hospital e uma outra pela Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG), acendeu sinal de alerta no que tange às questões financeiras e estruturais dos Hospitais Filantrópicos de Minas Gerais. A Santa Casa é o maior hospital filantrópico e com o maior número de leitos do SUS no estado, no total de 1.085.

Durante entrevista ao Itatiaia Agora, a presidente da Federação das Santas Casas e Hospitais Filantrópicos de Minas Gerais (Federassantas), Kátia Rocha, destacou que “não dá pra parar de atender pacientes do SUS” e que o poder público precisa se responsabilizar pela saúde da população.

“Não dá para trabalhar mais dessa forma [sem recursos] né? E por quê as santas casas devem tanto? Pelo espírito de benevolência. Pensem só se a Santa Casa de Belo Horizonte falasse assim: ‘não, com esse contrato com SUS que não banca um valor adequado para instituição, nós não queremos atender mais o SUS, não’. Atender pacientes do SUS está na essência das nossas instituições. Não dá pra parar de atender.”

A presidente reforça que os hospitais e a população precisam de mais responsabilidade e envolvimento do poder público, nas esferas dos poderes executivo e legislativo, com as questões da saúde. Ela esclarece que não basta, simplesmente, dar dinheiro é preciso entender quais são os custos para se manter um hospital funcionando.

“Temos que virar essa chave e cumprir o que está na lei, porque a lei fala que tem que ser apurado o custo e tem que ser rateado entre os entes federados que são: estado, união e município. Na pandemia, por exemplo, foi paga a razão de R$ 1.600,00 a diária para o CTI, somente de recursos Federais, fora recursos de municípios e estados. No início do ano, reduziu o valor para R$ 600,00.”

O CTI da Santa casa, com 50 leitos, está interditado e ainda não há previsão de quando os atendimentos serão retomados no Centro de Terapia Intensiva. Na avaliação da presidente da Federassantas é preciso que haja um esforço em comum entre município, estado e governo federal para reativação dos leitos.

“Precisamos, antes de mais nada, restabelecer o atendimento na Santa Casa de Belo Horizonte. Imagine o que são 50 leitos de UTI paralisados? Nós estamos falando da maior Santa Casa do Estado de Minas Gerais. É uma referência dos nossos hospitais filantrópicos.”

Nota da Fhemig

A Fundação Hospitalar de Minas Gerais (Fhemig), respondeu, por meio de nota, que “assim que foi comunicada do incêndio na Santa Casa de Belo Horizonte, montou um plano de contingência para receber os pacientes que necessitavam de transferência em função da interdição de parte do hospital.

O Hospital João XXIII acionou o Plano de Atendimento de Múltiplas Vítimas (PAMV), previsto para atuação em momentos de crise, como acidentes com número elevado de vítimas graves para atendimento simultâneo. Até o momento, 13 pacientes da Santa Casa deram entrada no HJXXIII.

Além do Hospital João XXIII, a Maternidade Odete Valadares (MOV) recebeu três pacientes na UTI Neonatal e cinco gestantes foram encaminhadas pelo SAMU ou chegaram por demanda espontânea. Outras pacientes continuam chegando no Pronto Atendimento da unidade e estão sendo avaliadas.”

Todas as unidades da Fhemig que possuem perfil para o atendimento às vítimas do incêndio foram acionadas para prestar apoio em caso de necessidade.

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