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Dengue: secretário explica por que maior parte da população não está imune à doença

Circulação de novos sorotipos explica o aumento do número de casos em MG; quase 200 mil casos já foram confirmados no estado

Dengue, Zika e Chikungunya são transmitidas pelo mosquito Aedes aegypti

O secretário de Estado de Saúde de Minas Gerais, Fábio Bacheretti, atualizou, nesta sexta-feira (16), os números da dengue em Minas Gerais. Já são 194 mil casos prováveis e 67.592 casos confirmados. Além de 18 mortes comprovadas e outras 105 em investigação.

Segundo Bacheretti, este é o pior ano da doença na história do estado. “Nunca vivenciamos uma inclinação tão forte de dengue na nossa história, e vamos ultrapassar o maior pico de dengue. Não temos dúvida que será o pior ano da dengue da nossa história”, afirmou.

O secretário explica que por muitos anos o sorotipo 1 foi o que mais circulou em Minas Gerais. Mas, neste ano, os sorotipos principais em circulação são o 2 e 3.

Bacheretti explica que a dengue é como a gripe. “Se você estiver gripado agora, este ano, provavelmente no próximo ano você não estará gripado pelo mesmo vírus ou vai ter um quadro muito mais ameno. Na dengue não é diferente. Só que, como o sorotipo que está circulando mais fortemente é o 2 - e temos o 3 também -, e a população só pegou o sorotipo 1 nos últimos anos, é como se ela tivesse inteira suscetível ao novo vírus”, disse.

A última epidemia de dengue, em 2019, também preocupa as autoridades do estado. “Uma infecção precoce de um outro sorotipo, geralmente, gera casos mais graves. Então, este é outro ponto que nos preocupa”, explica o secretário.

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Aumento de casos pode ser explicado por chuvas e altas temperaturas

Para Bacheretti, a epidemia tem algumas explicações. "[Esse aumento de casos] não é um movimento exclusivo do Brasil. Estamos vendo países que nunca tiveram dengue tendo dengue. A América Central também sofreu uma epidemia de dengue há dois anos, que nunca existiu. Nós temos dois fatos novos: dois anos consecutivos de dengue, o que nunca existiu, e o pior ano da nossa história. Em Minas Gerais, tivemos muita chuva no passado e neste ano. Também tivemos uma temperatura o recorde da história do Brasil, em Araçuaí (MG)”, apontou.

Para ele, a falta de imunidade da população também fez com que o número de casos explodisse nas últimas semanas. “Então, nós temos uma população suscetível aos novos sorotipos e uma temperatura elevadíssima, que aumentou a proliferação dos mosquitos”, afirmou.

BH vive o pior pico da doença do ano

Segundo o último boletim epidemiológico divulgado pela Prefeitura de Belo Horizonte, na quarta-feira (14), a cidade já soma 3.101 casos e cinco óbitos confirmados desde o início de 2024. Os casos prováveis chegam a 15.331.

De acordo com o secretário de estado de Saúde, estamos no pior pico da doença na capital.

“Este é o momento mais crítico da região de Belo Horizonte em número de atendimentos. Nós devemos estar vivendo o maior volume de pacientes durante este ano epidêmico. A experiência diz que isso vai durar algumas semanas, mas esse pico de atendimento tende a começar a diminuir já em meados de março”, afirmou Bacheretti .

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Fernanda Rodrigues é repórter da Itatiaia. Graduada em Jornalismo e Relações Internacionais, cobre principalmente Brasil e Mundo.
Jornalista graduado pela PUC Minas; atua como apresentador, repórter e produtor na Rádio Itatiaia em Belo Horizonte desde 2019; repórter setorista da Câmara Municipal de Belo Horizonte.