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Justiça volta a negar soltura de homem que matou sargento durante ‘saidinha’ em BH

Welbert de Souza Fagundes passou por outra audiência de custódia nesta quinta (1º), mas em relação ao furto qualificado cometido meses antes do assassinato do sargento Roger Dias da Cunha

Welbert de Souza Fagundes tem 26 anos e cometeu o crime enquanto estava foragido da ‘saidinha’ de Natal

A Justiça de Minas Gerais voltou a negar, na quinta-feira (1º), a soltura de Welbert de Souza Fagundes, acusado de matar o sargento Roger Dias da Cunha com um tiro na cabeça em Belo Horizonte, no início de janeiro. O jovem de 26 anos, que se tornou réu após ter a denúncia aceita pelo tribunal, segue detido no Presídio Inspetor José Martinho Drumond, em Ribeirão das Neves.

A audiência de custódia realizada na quinta não é em relação ao assassinato do policial militar, mas sim em relação ao furto qualificado cometido antes deste crime, em julho de 2023, e pelo qual ele também se tornou réu. Na época, ele furtou um veículo no bairro Padre Eustáquio e só foi parado pela polícia ao chegar na Lagoa da Pampulha. Clique aqui e relembre as acusações.

A Itatiaia tenta contato com a defesa de Welbert de Souza Fagundes. O espaço segue aberto.

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Sargento baleado

A ‘saidinha’, como é conhecida a saída temporária, ganhou relevância especial depois que um sargento da polícia militar foi baleado no dia 5 de janeiro. O autor do crime é um homem que estava em saída temporária da cadeia. Welbert de Souza Fagundes, de 26 anos, é apontado como o responsável por disparar várias vezes à queima-roupa contra a cabeça do sargento da Polícia Militar, Roger Dias da Cunha, no bairro Novo Aarão Reis, Região Norte de Belo Horizonte.

O Sargento Dias passou por duas cirurgias assim que foi socorrido ao Hospital João XXIII - uma para conter a pressão intracraniana e outra para conter o sangramento na perna, pois a bala atingiu uma artéria. Mesmo assim, ele teve a morte cerebral confirmada menos de dois dias após ser baleado.

Suspeito estava foragido da ‘saidinha’

Welbert tem 18 boletins de ocorrência registrados contra ele, por crimes como roubo, ameaça e tráfico de drogas. O Ministério Público foi contra a saída dele do sistema prisional, mas o benefício foi concedido pela juíza da Vara de Execuções Penais de Ribeirão das Neves, Bárbara Isadora Santos Sebe Nardy.

A juíza justificou sua decisão com base no atestado de conduta carcerária e disse que Welbert não havia cometido nenhuma falta grave, embora o Ministério Público tivesse apontado o episódio do furto de veículo. O MPMG recorreu da decisão junto ao Tribunal de Justiça e não recebeu nenhum retorno.

A Associação dos Magistrados Mineiros (Amagis) emitiu, neste domingo (7), comunicado em que disse ser “lamentável” vincular o ataque a tiros ao policial militar Roger Dias da Cunha à decisão que concedeu o benefício da saída temporária ao suspeito do crime. Segundo a entidade, o caso reflete problemas como a desigualdade social e a existência de uma sociedade “cada vez mais violenta”. Leia a nota na íntegra.

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Jornalista formado pela UFMG, com passagens pela Rádio UFMG Educativa, R7/Record e Portal Inset/Banco Inter. Colecionador de discos de vinil, apaixonado por livros e muito curioso.