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Teste do pezinho: bebês serão diagnosticados para mais três doenças em Minas

Ampliação do Programa de Triagem Neonatal foi anunciada nesta sexta-feira (26); até o fim do ano, 60 enfermidades estarão no protocolo do teste do pezinho

Diagnósticos são realizados pelo Nupad, localizado na Faculdade de Medicina da UFMG; teste pode ser feito em qualquer unidade básica de saúde

Os recém-nascidos de todo estado de Minas Gerais serão testados para mais três doenças pelo teste do pezinho. A ampliação do Programa de Triagem Neonatal foi anunciada pela Secretária de Estado de Saúde de Minas Gerais, nesta sexta-feira (26), na UFMG.

As enfermidades adicionadas ao teste são: atrofia muscular espinhal (AME), imunodeficiência primária combinada grave e a agamaglobulinemia. Esta é a segunda fase de ampliação do teste do pezinho e deve ser iniciada ainda em janeiro.

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Diagnóstico precoce

Neste momento, serão investidos R$ 12,85 milhões de reais para adequação do Núcleo de Ações e Pesquisa em Apoio Diagnóstico (Nupad), da Faculdade de Medicina da UFMG, responsável por realizar o teste dos recém-nascidos de Minas Gerais.

O diagnóstico precoce do bebê é essencial para a eficácia do tratamento. ‘Eu tenho uma filha de 11 anos com doença rara e sei da necessidade do diagnóstico precoce. Uma família pode passar por 10 médicos até ter o diagnóstico correto. O que estamos fazendo agora é investir para que as doenças sejam identificadas no momento do nascimento da criança’, afirma Marcelo Aro, secretário de Estado da Casa Civil de Minas.

Inicialmente, o teste do pezinho contemplava seis doenças. A previsão é que, até o fim do ano, entre 50 a 60 doenças possam ser identificadas pelo teste. ‘É mais uma fase dentro de toda a expansão do diagnóstico de doenças raras. Nós escolhemos as doenças que já têm tratamento definidos e protocolos estabelecidos. Dessa maneira, o diagnóstico é feito e o paciente pode começar o tratamento’, explica Fábio Baccheretti, o secretário de Estado de Saúde de Minas.

Quando é feito o teste de pezinho

Para maior eficácia, a Secretaria Estadual da Saúde (SES) alerta que o teste do pezinho deve ser feito entre o 3º e o 5º dia de vida do bebê. O exame é realizado gratuitamente em unidades básicas de saúde pelo SUS.

Três doenças raras

As três doenças adicionadas ao diagnóstico são consideradas raras, o que aumenta a importância da avaliação precoce.

A atrofia muscular espinhal (AME) é uma doença rara, genética e degenerativa, que interfere na capacidade do corpo produzir uma proteína essencial para a sobrevivência dos neurônios motores, responsáveis pelos gestos voluntários vitais simples do corpo, como respirar, engolir e se mover. A doença pode levar à morte.

Por sua vez, a imunodeficiência primária combinada grave, também de caráter hereditário, afeta o crescimento e desenvolvimento das crianças. A maior parte dos bebês com a enfermidade contrai pneumonia, infecções virais persistentes, candidíase e diarreia nos primeiros seis meses de vida.

A agamaglobulinemia é uma imunodeficiência primária caracterizada pela deficiência na produção de anticorpos, que afeta o sistema respiratório dos bebês.

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Pablo Paixão é estudante de jornalismo na UFMG e estagiário de jornalismo da Itatiaia
Tem mais de 27 anos de experiência jornalística, como gestor de empresas de comunicação em Minas Gerais. Já foi editor-chefe e apresentador de alguns dos principais telejornais do Estado em emissoras como Record, Band e Alterosa, além de repórter de rede nacional. Foi editor-chefe do Jornal Metro e também trabalhou como assessor de imprensa no Senado Federal, Tribunal de Justiça de Minas Gerais e no Sesc-MG. Na Itatiaia, onde está desde abril de 2023, André é repórter multimídia e apresentador.