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Delegada presa por tentativa de homicídio contra policiais é solta em audiência de custódia

Juíza determinou o sigilo do processo; audiência ocorreu nesta manhã (24)

A mulher ficou presa dentro do apartamento por mais de 30 horas

Foi solta a delegada da Polícia Civil, Monah Zein, de 38 anos, suspeita atirar contra policias na porta do apartamento dela, no bairro Ouro Preto, na Pampulha. A decisão da audiência de custódia é da juíza Juliana Pagano e veio após Monah passar mais de 30 horas trancada no imóvel no início da semana. A magistrada ainda determinou o sigilo do processo e, por isso, não possível saber quais são as medidas alternativas determinadas pela magistrada para concordar com a soltura.

Nessa quinta-feira (24), a Polícia Civil converteu a prisão em flagrante para preventiva e representou também pelo pedido de internação hospitalar provisória por ‘incidente de sanidade mental’ e suspendeu o exercício da função da delegada, solicitando o recolhimento da arma, carteira funcional e distintivo.

A delegada afirmava sofrer assédio e perseguição por parte de superiores e colegas de trabalho.

A Itatiaia procurou a PC e aguarda resposta.

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Na manhã dessa terça-feira (21), um grupo de agentes do Biopsicossocial e da Coordenadoria de Recursos Especiais (Core) se posicionou na porta do apartamento dela com o intuito de ‘preservar a vida da colega’. De acordo com o porta-voz da Polícia Civil, delegado Saulo Castro, as equipes tentavam negociar a entrega de uma arma da delegada.

Na versão dela, dada pelas redes sociais, um dardo tranquilizante teria sido disparado pelos policiais, o que a fez atirar contra eles. O porta-voz da PC confirmou que ela atirou, mas relatou que ‘não foi nessa dinâmica’ e que o Grupo Tático passaria informações posteriormente sobre a atuação. Ninguém ficou ferido.

Mais de 30 horas de negociação

Após mais de 30 horas de negociação com agentes do Core da Polícia Civil, Monah abriu a porta e permitiu a entrada das equipes na residência. No momento em que a mulher deixava o apartamento e se dirigia ao saguão do prédio, foram ouvidos diversos gritos como ‘meu revólver’, ‘meu cachorro’ e ‘meu telefone’. Moradores do condomínio relataram que a ação dos policiais foi excessiva.

Ela foi encaminhada sedada dentro de uma ambulância do Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência) e deve ser levada, em seguida, para prestar depoimento. Ainda conforme o porta-voz da PC, ela estava, em um primeiro momento, afastada por ‘questões médicas’ e que emendou um período de férias. Ela retornaria às atividades nessa terça-feira (21), mas não compareceu ao local de trabalho.

Entenda o caso

Equipes da Polícia Civil foram empenhados até o apartamento de uma delegada de 38 anos após ela enviar mensagens com um teor de risco à própria saúde em um grupo de amigos e colegas de trabalho. Diante da situação, agentes de apoio se posicionaram no local por volta das 9h desta terça-feira (21) e tentaram manter contato com a mulher, que estava exaltada com a situação.

Ela realizou uma live em seu Instagram mostrando o momento da abordagem e questionou a ação dos policias, dizendo que eles não possuíam um mandado para estar ali e que ela estava se sentindo ameaçada. Ainda de acordo com a delegada, um disparo foi realizado por ela contra a equipe após eles atirarem nela com um taser, uma arma de choque, informação confirmada pelo porta-voz da Polícia Civil, delegado Saulo Castro.

A delegada segue dentro de seu apartamento e os policiais do Core e do Biopsicossocial seguem no local tentando manter diálogo e negociar. Ainda conforme o porta-voz, a atuação dos policiais seria com intuito de acolher e preservar a vida da colega.

*com informações de Célio Ribeiro e Luís Otávio Peçanha

Formou-se em jornalismo pela PUC Minas e trabalhou como repórter do caderno de Gerais do jornal Estado de Minas. Na Itatiaia, cobre principalmente Cidades, Brasil e Mundo.