A aparição de animais silvestres em ambientes urbanos pode chamar atenção de moradores e, muitas vezes, oferecer risco aos próprios bichinhos — o que exige uma ação rápida na maioria das situações. Em uma das ruas movimentadas do bairro José Brandão, em Caeté, na região Metropolitana de Belo Horizonte, um gambá foi flagrado na manhã desta quarta-feira (1º).
Segundo o Corpo de Bombeiros, esse tipo de ocorrência tem se tornado cada vez mais comum. Tucanos, araras, passarinhos, jiboias, tamanduá, ouriço-cacheiro, capivara são os animais silvestres mais comuns resgatados fora do habitat natural.
"É comum a fuga desses animais como forma de proteção para locais próximos aos centros urbanos, como, por exemplo, na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH), e essa fuga é devido a alguns fatores, como o avanço das construções, dos incêndios em vegetação. Isso ocorre porque eles acabam ficando sem alimentos e sem proteção”, explicou Litza Alves, da assessoria do Corpo de Bombeiros de Minas Gerais (CBMG).
Como agir em situações como estas? A quem mais a população deve recorrer? Para onde o animal é levado? A reportagem da Itatiaia conversou com a representante da corporação para tirar as principais dúvidas.
Caso a pessoa se depare com um animal, o que ela deve fazer?
Resposta: A primeira orientação é manter a calma, afastar lentamente, procurar um local seguro, e acionar os órgãos competentes para realizar a captura ( exemplos: Corpo de Bombeiros Militar de Minas Gerais, Polícia Militar do Meio Ambiente). Não atacar o animal, não jogar objetos para tentar afastar, e não tentar realizar a captura, se você não tiver conhecimento.
Os bombeiros devem ser acionados sempre? Se não, em quais situações a corporação atua? E a quem mais a população deve recorrer?
Resposta: Nem sempre o CBMMG deve ser acionado. Os casos devem ser avaliados de formas específicas. Os bombeiros realizam a captura nos casos em que há o risco para o animal (exemplo: atropelamento, sofrer ataque de outros animais), ou quando o animal oferece risco para as pessoas que estão próximas ao local. Muitos casos os animais silvestres estão apenas passando por aquele local com o objetivo de procurar um local para se abrigar, procurar alimentos, e se instalar em seus habitats naturais, próximos a áreas de vegetação.
Após a captura pelos bombeiros, qual o procedimento padrão?
Resposta: Caso o animal não esteja machucado, o CBMMG realiza a captura de forma segura e retorna com o animal para o seu habitat natural. Na situação em que há ferimento, suspeita do animal estar doente, ou de forma que não consiga se proteger, o CBMMG encaminha para um órgão que tem competência para oferecer os primeiros socorros feito por uma equipe de médicos veterinários, como o Centro de Triagem de Animais Silvestre (CETAS), ou outras instituições.
De que maneira os bombeiros contribuem (e orientam as pessoas) para uma coexistência harmônica entre humanos e outras espécies?
Resposta: O CBMMG orienta a população para que sempre que avistar um animal silvestre, que nunca ataque o animal. Dificilmente ele irá atacar as pessoas que estão próximas. Os ataques em quase a maioria dos casos, é somente quando o animal foi ameaçado, ou sofreu algum tipo de agressão, só atacou como forma de defesa. O que deve ser feito é acionar a corporação por meio do número 193, para que as equipes de intervenção realize a captura de uma forma segura. Cabe reforçar que as orientações são as mesmas para quem vive em zona rural.