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Mulher demitida com câncer de mama em BH será indenizada em R$ 30 mil e voltará ao trabalho

Justiça determina volta ao trabalho de mulher diagnosticada com câncer de mama

Justiça determina volta ao trabalho de mulher diagnosticada com câncer de mama

Uma mulher que foi demitida do trabalho após diagnóstico de câncer de mama, em Belo Horizonte, será indenizada em R$ 30 mil, por danos morais, e voltará ao trabalho. A decisão é da Décima Primeira Turma da Justiça do Trabalho e foi publicada nesta segunda-feira (30).

De acordo com a Justiça, o câncer é considerada uma doença grave que carrega estigma, o que abre a possibilidade de aplicação da presunção de dispensa discriminatória. Essa presunção só pode ser derrubada mediante prova contrária por parte do empregador.

A trabalhadora, diagnosticada com câncer de mama em 2018, começou o tratamento logo em seguida, conforme consta no processo. No entanto, a empresa demitiu a funcionária ‘de forma arbitrária em outubro de 2021', mesmo com uma cirurgia marcada para novembro do mesmo ano.

A mulher alegou, durante a ação na Justiça, que a demissão foi discriminatória e baseou a argumentação na Súmula 443 do TST, que estabelece que, “em casos de dispensa discriminatória devido a doenças que gerem estigma ou preconceito (como o câncer de mama), a reintegração da empregada é cabível ante a nulidade da dispensa.”

A empresa, por outro lado, alegou que agiu de acordo com o direito legal de encerrar um contrato de trabalho, “sem cometer qualquer ato ilícito, ofensa ou constrangimento.”

A justificativa não foi acatada pela Justiça e o desembargador do caso determinou por anular a demissão e a volta ao trabalho. Além disso, o relator também considerou que a dispensa discriminatória resultou em danos morais para a trabalhadora.

Jornalista graduada pelo Centro Universitário Newton Paiva em 2005. Atua como repórter de cidades na Rádio Itatiaia desde 2022