Pacientes que precisam de exames no laboratório do Hospital das Clínicas da UFMG, em Belo Horizonte, reclamam da demora para conseguir atendimento, além da falta de fichas prioritárias e muito descaso.
Uma paciente soropositiva que tem vivido essa situação, e prefere não se identificar, conta como têm sido os últimos meses para fazer os exames necessários para acompanhamento de seu quadro de saúde.
“Cheguei a ir lá três vezes, às 5 horas da manhã, e não consegui fazer a coleta. E eu tenho um bebê de sete meses. Quando eu o levo, porque às vezes não tem ninguém para ficar com meu filho, mesmo assim eu não consigo fazer. Eles não dão senhas preferenciais. Para eu conseguir o exame, tive que ir às 3h da manhã e remarcar minha consulta”, disse ela.
Ela contou que o problema acontece há pelo menos três meses. “A gente tem que fazer a coleta catorze dias antes da consulta para poder passar para médica o resultado. Isso porque o medicamento pode causar muitos problemas no nosso organismo… Para conseguir o exame, é preciso chegar às 3h. Se fico sem o exame, fico sem o medicamento. Eu não posso ficar nem um dia sem tomar”, acrescentou.
Esse não é o único caso relatado desse problema, e a reportagem da Itatiaia já esteve no ambulatório e ouviu reclamações de dezenas de pessoas que vão até lá e acabam não sendo atendidas.
Em nota, o Hospital das Clínicas da UFMG informa que realiza por mês 148 mil exames. Isso significa que são aproximadamente 7 mil exames por dia e 900 atendimentos para realização de coletas de sangue diariamente.
O hospital diz ainda que, como já trabalha com a capacidade máxima, as semanas após feriados prolongados resultam em uma demanda muito maior, excedendo a capacidade de atendimento. Isto explica o aumento do tempo de espera, bem como o número de pacientes que não conseguem retirar a senha para o atendimento no mesmo dia.
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