Oito mineiros, repatriados de Israel, desembarcaram no Aeroporto Internacional de Confins, em Belo Horizonte, na tarde desta quarta-feira (11). Eles estavam entre os 211 brasileiros resgatados em um voo da Força Aérea Brasileira (FAB). O grupo era da Igreja Batista, em Contagem, e viajava a turismo por Israel, quando o país foi atacado pelo grupo extremista Hamas.
Segundo o pastor da congregação, Oziel de Matos, os mineiros estavam na região da Galileia, ao norte de Israel, quando os ataques começaram. “Nós estávamos em uma região mais distante, a 270 km de Gaza. Lá não teve nenhum problema, fizemos alguns passeios. Só vimos um caça sobrevoando a área. No domingo fomos para Jerusalém. Foi aí que a gente viu o que que estava acontecendo de verdade, os tanque de guerra na rua, sirenes tocando, hotel orientando os locais de fuga”, contou.
Gilma Mendes Silva Vieira também contou à Itatiaia como foram os dias em Jerusalém até a chegada no Brasil. “Quando chegamos estava tudo aberto ainda, mas no outro dia já recebemos a mensagem de que não poderíamos sair do hotel. O clima começou a ficar mais pesado, tenso. Nós ficamos amedrontados. Nessa hora vem medo e vontade de voltar para o seu país”, disse.
O pastor Oziel disse que quando estavam saindo de Israel, um comandante da FAB informou que pouco mais de 2,7 mil brasileiros pediram ajuda para deixar o país. O voo que o grupo estava foi o primeiro e tinha como destino Brasília. “Depois que a gente pousou em Brasília, eles deram a opção da gente seguir para o Galeão, no Rio de Janeiro. Mas a Azul Linhas Aéreas entrou em uma cooperação com o governo e distribuiu passagens de graça para todas as capitais”, revelou.
Em solo brasileiro, os mineiros relatam o alívio de estar em casa, em segurança. “Foi uma sensação maravilhosa. Na hora que nós chegamos no espaço aéreo brasileiro, houve uma manifestação muito muito forte no avião. Todo mundo estava muito feliz, relembrou Oziel.
Para Gilma, a sensação de tranquilidade é indescritível. "É uma tranquilidade, um alívio. Tudo vale a pena para chegar em casa, para estar aqui. Lá tudo era muito incerto. Você não sabe o dia de amanhã. Em um minuto o comércio está fechado, depois aberto. Você pode ter água ou não. O prédio pode desabar por causa de um míssil. Era muita insegurança”, afirmou.
