Cabo que atirou em motorista de app em BH tem histórico de agressões

Aldir Gonçalves Ramos é citado em ocorrências de agressão e constrangimento ilegal na capital e interior; vítima perdeu a visão e segue internada

Motorista de app perdeu a visão de olho atingido por disparo

Preso por atirar no rosto do segurança e motorista de aplicativo Bruno Adão Gomes da Silva, de 35 anos, no último fim de semana na região da Pampulha, em Belo Horizonte, o cabo Aldir Gonçalves Ramos tem registros anteriores de agressões. As informações estão em boletins de ocorrência registrados contra o policial militar de 41 anos, que passou por audiência de custódia na tarde desta segunda-feira (2), quando sua prisão temporária foi convertida em preventiva.

Em janeiro de 2020, um advogado de Montalvânia, no Norte de Minas, registrou um boletim de ocorrência dizendo ter sido agredido pelo militar com um tapa no peito e socos, além de ter a arma apontada em sua direção pelo policial. Ainda conforme o advogado, pessoas que passavam pela região interferiram. O militar ainda teria fugido e se escondido em um cartório.

O motivo das agressões seria o fato da vítima ser advogado da ex-esposa do irmão de Aldir."Você está prejudicando o meu irmão, você está advogando contra meu irmão, você está prejudicando ele!”, teria dito o militar durante a confusão. A ocorrência destaca ainda que a Polícia Militar foi até a casa de Aldir, mas foi informada pelo pai que ele não se encontrava no local. O homem disse aos militares que o advogado tinha provocado a família no dia anterior.

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Outras ocorrências

Em agosto de 2019, uma mulher com quem o cabo teve um relacionamento amoroso prestou queixa de constrangimento ilegal contra o militar. No registro, a mulher contou ter conhecido Aldir após ter tido um problema com o marido. O cabo teria oferecido ajuda, mas mudou de postura ao saber que ela era ex-dependente química.

“Utilizando este expediente, Aldir Gonçalves Ramos a procurou com o objetivo de obter favores sexuais da solicitante. [Ela] Relata que [...] acordou com um estampido e, ao levantar, percebeu que havia duas perfurações em sua janela, bem como localizou dois estilhaços de objetos semelhantes a chumbo no interior de seu quarto. Afirma que naquela ocasião realizou uma ligação para Aldir Gonçalves Ramos e que, durante a conversa, ele disse que o ocorrido poderia ter sido feito por qualquer pessoa”, relata a vítima na ocorrência.

Em maio de 2019, uma mulher denunciou ter sido retirada à força por Aldir de uma audiência de conciliação que acontecia em um escritório de advocacia no bairro Ouro Preto, região da Pampulha, em Belo Horizonte. A mulher alegou que o fato ocorreu após ela se desentender com a advogada, que seria companheira do cabo. A vítima disse que foi jogada ao solo e bateu a cabeça contra a parede.

O caso

A briga de trânsito entre Bruno e Aldir foi na região da Pampulha, em Belo Horizonte, no início da tarde deste sábado (30). Segundo testemunhas, o motorista de aplicativo Bruno Adão Gomes da Silva, de 35 anos, estava a caminho de uma partida de futebol quando se envolveu na briga.

Um vídeo gravado por testemunhas mostra o momento em que eles entraram em luta corporal em frente à Praça Nova da Pampulha, em Belo Horizonte. Os dois rolam pela avenida e continuam lutando no chão. Bruno conseguiu desarmar Aldir e testemunhas separaram a briga.

No entanto, ao tentar registrar a ocorrência em uma base da Guarda Municipal de BH, Bruno foi seguido por Aldir. Segundo informações da assessoria de imprensa da Guarda Municipal, eles começaram a brigar novamente e um disparo da arma de Aldir atingiu a testa de Bruno.

O policial militar, cabo PM Aldir Gonçalves Ramos, 41 anos, diz em boletim de ocorrência que o tiro que atingiu o rosto do motorista de aplicativo Bruno Adão Gomes da Silva, de 35 anos, foi ‘sem intenção’ e que ele agiu ‘sem assumir o risco do disparo.’

O PM foi autuado por lesão corporal, em informação confirmada pela Itatiaia neste domingo (1°).

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