O motorista de aplicativo Bruno Adão Gomes da Silva, de 35 anos, perdeu a visão de um olho, segundo familiares. No início da tarde deste sábado ele se envolveu em
Carlos Santos e Cíntia Arcanjo, tios de Bruno, conversaram com a Itatiaia na porta do Hospital de Pronto Socorro João XXIII. Os dois contaram o que ouviram do sobrinho.
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“Meu sobrinho não queria problema, correu para dentro da base para pedir proteção depois de uma briga de trânsito. Daí ele pegou a arma, foi lá e deu um tiro, que acertou a fase dele. Agora meu sobrinho ficou cego, né?”, desabafou Carlos.
Cíntia disse que o Bruno terá que fazer a reconstrução da face e que perdeu a visão do olho direito. “Ele é trabalhador, nunca teve ficha criminal, nada. O policial tá argumentando que foi tentativa de roubo, mas é mentira”, protestou.
Segundo informou à Itatiaia a Guarda Municipal, o policial Aldir alegou que estava perseguindo Bruno por tentativa de roubo. No entanto, testemunhas disseram à reportagem que não houve nenhum crime do tipo, mas sim a briga de trânsito.
‘Louvo a Deus por ele estar vivo’
Bruno Adão Gomes da Silva trabalha como segurança em um prédio público, segundo os tios. É considerado um homem trabalhador, de um coração enorme. Os familiares contaram que ele cresceu vendendo balas na rua e trabalhou muito para chegar onde está.
Gosta muito da família e tem quatro filhos, sendo um deles adotado da irmã, que é usuária de drogas. Há cerca de um ano, Bruno perdeu um irmão. Ele desapareceu e o corpo nunca foi encontrado.
“Louvo a Deus por ele estar vivo”, disse a tia Cíntia Arcanjo. “Deus cuidou do meu sobrinho, pois o policial foi pra matar. Eu entrego esse policial na mão de Deus, mas eu quero a justiça do homem também”, completou.
O caso
A briga de trânsito entre Bruno e Aldir foi na região da Pampulha, em Belo Horizonte, no início da tarde deste sábado, 30.
Segundo testemunhas, o motorista de aplicativo Bruno Adão Gomes da Silva, de 35 anos, se envolveu em uma discussão com Aldir Gonçalves Ramos, cabo da Polícia Militar de MG, que estava de folga e à paisana. Bruno estava a caminho de uma partida de futebol.
Um vídeo gravado por testemunhas mostra o momento em que eles entraram em luta corporal em frente à Praça Nova da Pampulha, em Belo Horizonte. Os dois rolam pela avenida e continuam brigando no chão. Bruno conseguiu desarmar Aldir e testemunhas separaram a briga.
No entanto, ao tentar registrar a ocorrência em uma base da Guarda Municipal de BH, Bruno foi seguido por Aldir. Segundo informações da assessoria de imprensa da Guarda Municipal, eles começaram a brigar novamente e um disparo da arma de Aldir atingiu a testa de Bruno.
A Itatiaia procurou a Polícia Militar e a Polícia Civil solicitando mais informações sobre o caso, mas ainda não teve retorno. As notas serão acrescentadas à matéria quando estiverem disponíveis.