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Bolão de PMs de Minas fatura R$ 22 milhões na Quina, apostador fica fora e entra na Justiça

Caso movimenta a cidade de Passos, no Sul de Minas; prêmio milionário foi dividido entre 40 cotas

Prêmio milionário da quina vai parar na Justiça

Dinheiro traz felicidade? Pelo menos para um morador da cidade de Passos, no Sul de Minas, a resposta é não. O empresário Robson Martins Rodrigues, 38 anos, participa do grupo de Whatsapp do bolão, organizado por um capitão da Polícia Militar (PM), que faturou R$ 22 milhões no concurso 6243 da Quina, sorteado no último sábado (16). No entanto, Robson Toroba, como é conhecido, não entrou no rateio das 40 cotas da aposta premiada, porque estava com saldo negativo. Inconformado, o empresário entrou na Justiça para receber cerca R$ 500 mil a que considera ter direito.

Em conversa com a Itatiaia nesta sexta-feira (22), Robson preferiu não gravar entrevista, mas explicou que o grupo de bolões existe há 5 anos e que ele sempre foi apostador assíduo. Como é uma pessoa muito ocupada, fazia depósitos de R$ 300, R$ 400 para o capitão reformado PM, organizador do bolão. Contudo, estava com saldo devedor de R$ 30, quando o bolão da Quina foi lançado. Ainda assim, diz que era uma situação que já tinha ocorrido e que ele sempre pagava — tanto que o nome dele constava da ata do bolão.

Robson diz que, ao ver que o prêmio saiu para o grupo, comemorou com toda família. No entanto, foi informado pelo capitão que não estava na cota. O empresário conta que ficou surpreso, especialmente por ser amigo de longa data do capitão, com quem dividiu moradia por anos.

Bolão fiado

À Itatiaia, o capitão, organizador das apostas, destacou que seria um prazer pagar o prêmio ao amigo. No entanto, isso não foi possível, pelo fato de ele não ter efetuado o pagamento da cota antes do sorteio. Ele ressalta que Robson já estava devendo o bolão anterior, da Mega-Sena.

O militar explicou, ainda, que o grupo tem 170 participantes, mas apenas 40 pagaram a cota de R$ 60 do bolão da Quina. ‘A regra é esta: lanço o bolão, mando a ata com quem pagou. Não faço bolão fiado. Se chegar 18h e não pagar, não entra”, garante. “Ele viu na ata que estava em débito, mas só se manifestou depois que fomos contemplados”, ressalta.

A Itatiaia teve acesso à ata. O nome de Robson aparece com saldo negativo, em vermelho. A ata ainda lista os nomes dos ganhadores, a maioria policiais militares.

A Caixa Econômica Federal informou à Itatiaia que o prêmio foi retirado na última quarta-feira (20).

Jornalista formado pela Newton Paiva. É repórter da rádio Itatiaia desde 2013, com atuação em todas editorias. Atualmente, está na editoria de cidades.