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Rodoviária clandestina no Barro Preto, região Centro-Sul de BH, é alvo de denúncia: ‘uma bagunça’

Moradores e comerciantes reclamam e denunciam uma espécie de rodoviária clandestina; uma das consequências mais graves é o trânsito travado ao lado de um hospital

Conforme moradores, o problema já ocorre há um ano

Do começo da noite até as primeiras horas da madrugada, durante toda a semana, ouvir barulho de motor, sentir o chão trepidando, tentar sair e encontrar o trânsito congestionado. Essa é a realidade de quem mora e trabalha na rua Tenente Brito Melo, no bairro Barro Preto, na região Centro-Sul de Belo Horizonte.

Há pelo menos um ano, ali virou mais uma rodoviária a céu aberto na cidade, com mais de dez ônibus parados todas as noites, às vezes, até em fila dupla, com passageiros embarcando e desembarcando. E isso se junta ao trânsito já movimentado dessa rua que está cercada de vários pontos importantes, como, um terreno do Exército, o prédio da Orquestra Filarmônica de Minas Gerais e um hospital.

Esse caos incomoda os motoristas e, principalmente, os moradores. É o caso da dona Nair Ferreira da Silva, de 90 anos, que mora ali perto há 50. “A gente acorda, né? Quando eles trafegam dá trepidação nas janelas aqui de casa. Acredito que, com o tempo, isso pode abalar a construção”, disse.

Como quem trabalha todos os dias com motoristas naquele ponto, o lavador de carros Diego dos Santos acompanha bem o impacto que os ônibus têm na região. “Eles fazem uma bagunça danada. Às vezes, tem mais de 10 ônibus parados. Assim, quando é precisa manobrar o coletivo, o ônibus vira no cruzamento. Aqui tem hospital, então passa ambulância para levar pacientes”, contou.

O trânsito agarrado também é problema para quem trabalha no local. Uma funcionária, que não será identificada, pede por providências. "É difícil chegar e sair de carro de lá. Não tem como passar”, criticou.

O que diz a empresa de ônibus

Em nota, a Buser, empresa que oferece viagens de ônibus por aplicativo, confirmou que os parceiros utilizam o ponto de embarque nesse local. E que se certificou que os locais são autorizados para a parada de ônibus privados, considerando o fácil acesso à população.

A empresa ainda diz que as queixas podem estar relacionadas a algum evento específico, o que acabou gerando maior movimento de veículos, e que segue à disposição para encontrar a melhor saída e considerar os relatos para avaliar eventual necessidade de readequação se necessário.

Já a Prefeitura de Belo Horizonte (PBH) não respondeu sobre a rua Tenente Brito Melo, e sim sobre o Terminal JK, que fica próximo a Praça Raul Soares, dizendo que a fiscalização dos ônibus cabe Departamento de Edificações e Estradas de Rodagem (DEER), por se tratar de empresas de circulação interestadual. A BHTrans monitora a região e intensifica as ações nos períodos de feriados.

Formado em jornalismo pela PUC Minas, foi produtor do Itatiaia Patrulha e hoje é repórter policial e de cidades na Itatiaia. Também passou pelo caderno de política e economia do Jornal Estado de Minas.