O celular da escrivã da Polícia Civil de Minas Gerais, Rafaela Drumond, encontrada morta no dia 9 de junho em casa, foi desbloqueado e passa por perícia. A morte da escrivã completa dois meses nesta quarta-feira (9).
Rafaela havia denunciado episódios de assédio moral e sexual sofridos no ambiente de trabalho. A Polícia Civil investiga, agora, se houve indução ao suicídio da servidora. A escrivã chegou a gravar áudios e vídeos comprovando o assédio e, por isso, o celular é considerado essencial para as investigações, por conter provas do crime.
Em nota à Itatiaia, a Polícia Civil afirmou que os dados do telefone de Rafaela estão sendo analisados pelo Instituto de Criminalística. Assim que a perícia for finalizada, o laudo será encaminhado à Corregedoria-Geral da PC.
A corporação ainda informou que o inquérito policial que investiga as circunstâncias da morte da escrivã tramita sob sigilo na corregedoria do órgão.
Relembre o caso
A escrivã Rafaela Drumond, de 31 anos, foi encontrada morta pelos pais no dia 9 de julho, na casa da família em um distrito de Antônio Carlos, no Campo das Vertentes. O caso foi registrado pela Polícia Civil como suicídio.
Em entrevista à Itatiaia, o pai de Rafaela Drummond classificou a morte da filha como “o maior sofrimento que um homem pode sentir” e disse que percebeu que a filha estava mais “quieta e calada” nos meses anteriores, mas não entendeu isso como um “sinal” de que algo estava errado.
Apesar do caso ter sido registrado como suicídio, conversas e publicações da vítima nas redes sociais levam à suspeita de que ela estaria sofrendo assédio moral e sexual dentro da instituição, o que poderia ter levado ao suicídio. Essa suspeita também é investigada pela Polícia Civil.
O Sindicato dos Escrivães da Polícia Civil de Minas Gerais (Sindep-MG) afirma que a escrivã já havia denunciado assédio moral e sexual no trabalho, além de pressão e sobrecarga. O sindicato realizou um protesto de 6 horas de silêncio no dia 15 de junho.