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Dia Internacional da Cerveja: bebida apreciada por milhões de brasileiros está cada vez mais cara em BH

O preço da bebida queridinha nos botecos pode variar entre 20% e 52%, quando comprada nos supermercados

Cerveja está entre as bebidas preferidos dos brasileiros

Sextou com um motivo a mais para tomar aquela cerveja gelada. Neste 4 de agosto é celebrado o Dia Internacional da Cerveja, bebida apreciada por milhões de brasileiros. Somente em 2022, o consumo no país chegou a 15,4 bilhões de litros, conforme dados do Sindicato das Indústrias de Cerveja. Nos bares, casas, festas, shows, estádios de futebol, churrascos, praias, clubes e em outros tantos lugares e eventos, a cerveja está presente e diretamente ligada à socialização.

Mas nem tudo é festa. Levantamento do site Mercado Mineiro, feito a pedido da Itatiaia, revela que o preço da cerveja em Belo Horizonte vem aumentando nos últimos anos. A lata de Heineken de 350 ml, que custava R$ 3,11 em 2019, agora sai por R$ 4,71, uma alta de 52%.

Outras marcas também ficaram mais caras. A Brahma de 473 ml passou de R$ 3,05 em 2019 para R$ 3,95 em 2023, reajuste de 29%. A Skol subiu de R$ 2,89 para R$ 3,78 no mesmo período, um acréscimo de 31%.

Segundo o economista Feliciano Abreu, coordenador do Mercado Mineiro, a situação atual é desfavorável. “O consumidor já está sentindo uma ressaca no bolso na hora de pagar a conta, tanto no supermercado como nos bares, que subiram muito os preços. A gente teve um aumento considerável na cerveja. Aquela verdinha que todos nós conhecemos (Heineken) chega a custar R$ 19. Com mais 10% (do garçom), vai para quase R$ 22. Quatro cervejas você paga quase R$ 100", exemplifica.

Ele também sugere algumas estratégias para gastar menos na hora de apreciar uma gelada. “O consumidor deve sempre aproveitar as promoções e comparar os preços: a ressaca pode ser muito mais dolorosa no bolso. Então, é bom incentivar a competição nesse mercado também”, destaca.

Cervejeiro

O taxista Leonardo do Nascimento Assis, de 44 anos, toma cerveja pelo menos quatro vezes por semana. Ele gosta tanto da bebida que, junto a amigos, um primo e um tio, passou a produzir cerveja artesanal, que ganhou o nome de Fraud Beer.

“Começamos a fazer em 2013. Uma vez por mês tinha um encontro na casa de cada um. Em 2015, criamos um grupo e começamos a produzir. Fizemos curso no Senai e começamos a fazer cerveja. A gente inventava com o sabor que a gente queria. Criamos mais de 100 cervejas diferentes. Temos um tanto de receita que deve valer ouro”, diz.

Em razão da pandemia de Covid-19, o grupo parou de produzir, mas o taxista tem planos para retomar em breve. Enquanto isso não ocorre, ele continua nos bares. “Bebo cerveja quarta, sexta, sábado e domingo”, disse.

Sobre o aumento do preço, ele diz que é preciso garimpar bares que mantêm um valor mais em conta e que isso depende muito da região. “Ontem (quarta-feira) tomei garrafa de 600 ml de Império por R$ 6,50. Mas tem lugar que uma Heineken custa R$ 18. Depende de onde você vai”, diz. Mas aumentar, aumentou. Tudo aumentou exorbitantemente”, disse o taxista, que é ex-jogador de futebol.

Veja o gráfico que mostra o aumento da bebida em BH:

Preço salgado também nos bares

O preço da cerveja nos bares da Região Metropolitana de Belo Horizonte pode variar bastante, de acordo com uma pesquisa feita pelo site Mercado Mineiro e o aplicativo comOferta. O levantamento mais recente foi feito em 69 estabelecimentos e identificou diferenças de até 80% no valor da mesma marca e tamanho de garrafa.

Por exemplo, a cerveja Bohemia de 600ml tinha preços entre R$9,99 e R$1, variação de 40%. A Brahma de 600ml podia ser encontrada por R$8 ou por R$14,40, uma variação de 80%. A Heineken de 600ml custava entre R$12,90 e R$19,80, 53% de diferença. Já a cerveja Original de 600ml foi encontrada entre R$10 e R$17,90, uma variação de 79%.

Você conhece a história da cerveja no Brasil?

A cerveja é uma bebida milenar que chegou ao Brasil em diferentes momentos da história. A primeira vez foi em 1654, quando os holandeses trouxeram amostras, receitas e equipamentos para produzir a bebida no Recife, mas logo foram embora e levaram a cerveja com eles.

A segunda vez foi em 1808, quando a família real portuguesa desembarcou no Brasil e trouxe o hábito de consumir cerveja, principalmente as inglesas. Com a abertura dos portos, o Brasil passou a importar cervejas de outros países, mas também começou a produzir artesanalmente, usando insumos locais.

A partir de 1850, surgiram as primeiras cervejarias brasileiras, como a Bohemia, a Brahma e a Antarctica. A bebida queridinha dos brasileiros passou por diversas mudanças até se tornar uma das bebidas mais populares e diversificadas do país.

Formado em Jornalismo pelo Centro Universitário de Belo Horizonte (UniBH), Marcello atuou na assessoria de imprensa do Conselho Regional de Psicologia. Atualmente, é editor da equipe de redes sociais da Itatiaia. Atento às novidades, Marcello é um entusiasta das tecnologias e apaixonado por redes sociais.
Jornalista formado pela Newton Paiva. É repórter da rádio Itatiaia desde 2013, com atuação em todas editorias. Atualmente, está na editoria de cidades.