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Compras no exterior: novas regras entram em vigor nesta terça (1°)

Compras de até 50 dólares serão isentas de impostos federais

Compras online acima de US$ 50, feitas no exterior, terão que pagar 17% do ICMS e 60% do imposto federal de importação

A partir desta terça-feira (1°), compras online de até US$ 50, feitas no exterior, serão isentas de impostos federais. Agora, os consumidores irão pagar apenas os 17% de imposto estadual. Para compras acima deste valor, será cobrada, além dos 17%, uma alíquota de 60% de Imposto Federal de Importação.

Antes, as compras de qualquer valor estavam sujeitas à alíquota de 60% de Imposto de Importação. Mas, a cobrança era raramente feita sobre as mercadorias de pequeno valor. Isso porque ela dependia da fiscalização da Receita Federal sobre as encomendas.

O advogado especialista em direito tributário, Paulo Henrique Studart explica o que muda com a nova regra. “No caso de uma compra de R$100, ou seja, inferior ao valor de 50 dólares (o equivalente a R$240), haverá incidência apenas do ICMS, cuja a alíquota é 17%. Então, a compra seria os R$100 mais os R$17 da tributação. O valor final para o consumidor seria R$117".

Para compras acima dos 50 dólares, a conta é diferente. “Uma compra no valor de R$300, por exemplo, superaria o valor limite. Então, não haveria essa tributação privilegiada. O consumidor teria que pagar os 17% do ICMS e os 60% do imposto federal. No final, a conta daria por volta de R$561. Ou seja, ele pagaria R$ 300 da compra e R$261 de tributos”, diz o advogado.

As novas regras dependem da adesão das empresas do exterior, já que o governo federal não tem mecanismos para fiscalizar os milhões de pacotes que chegam todos os dias de fora do Brasil. Consumidores afirmam que mesmo que a mudança aumente o valor, os preços continuam vantajosos “Eu comprei um HD externo no exterior que custou R$ 150. Mesmo com o imposto, vale a pena. Fica muito mais barato do que do que comprar aqui”, conta o administrados Diego Fernandes.

Impacto para o comércio

A mudança da tributação não agradou os comerciantes do país. Marcelo Rolim, de 52 anos, administra seis lojas em Belo Horizonte, no setor de calçados e acessórios. São 60 funcionários com carteira assinada. Ele alega prejuízos com a concorrência das empresas do exterior e critica as novas regras propostas pelo governo federal.

“A internet como um todo vem impactando no nosso negócio. Temos em torno de 30% de perda de vendas. É uma concorrência extremamente desleal, muitas lojas têm fechado. Atrapalha realmente a geração de empregos e o crescimento das empresas do Brasil. Eu acho que equalizar isso vai ser de extrema importância”, afirma.

Mineiro de Urucânia, na Zona da Mata. Mestre em Comunicação pela Universidade Federal de Ouro Preto (2024), mesma instituição onde diplomou-se jornalista (2013). Na Itatiaia desde 2016, faz reportagens diversas, com destaque para Política e Cidades. Comanda o PodTudo, programa de debate aos domingos à noite na Itatiaia.