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Famílias que ocuparam prédio vazio ficarão no local por 15 dias até renegociação

O Senac afirmou que o prédio não está abandonado e que não estava sendo utilizado para adequações na infraestrutura

O Senac pretende levar o caso para a Justiça

As famílias que ocuparam o antigo prédio do Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial (Senac), na rua da Bahia 1.065, no Centro de Belo Horizonte, permanecerão no local por pelo menos 15 dias a partir de hoje. Ao final deste prazo vai haver uma nova rodada de negociação.

O Senac, dono do prédio, pretende levar este caso para a Justiça após reunião que durou praticamente toda a tarde desta sexta-feira (28), que envolveu o Movimento de Luta nos Bairros, Vilas e Favelas (MLB), a Prefeitura de Belo Horizonte (PBH), a Polícia Militar e o Ministério Público.

Em nota, o Senac afirmou que o prédio não está abandonado e que não estava sendo utilizado para adequações na infraestrutura e que está em andamento um plano para o retorno de atividades no local.

Leonardo Péricles, um dos líderes do movimento, diz que, segundo o senso do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o Brasil tem 18 milhões de imóveis vazios e milhões de sem-teto. “Temos que reduzir esse número de 18 milhões para 10 milhões”, disse Leonardo Péricles, um dos líderes do movimento.

Ainda segundo a ocupação, somente em BH existem mais de 107 mil domicílios vagos, em contraponto, dados de 2021 mostram mais de 9 mil sem-teto. “Quem tem casa não tem medo não. Estamos falando de uma grande propriedade abandonada”, acrescentou.

Situação de risco e busca por moradia

Cerca de 200 famílias estão no antigo prédio do Senac e aguardam autorização para entrada.

Uma fonte, que não terá a identidade revelada, diarista e moradora do Barreiro, conta que vive em uma área de risco e enfrenta dificuldades para comprar uma casa digna por conta da falta de oportunidades. Mãe solo de quatro filhos, ela espera que a situação se resolva para conseguir um teto para a família.

"É muita burocracia e o Estado não ajuda com nada. Vi a oportunidade de estar aqui porque sei que vou estar resguardada e vou conseguir dar um teto para meus filhos. O prédio está vazio e, até onde eu sei, todo prédio tem que cumprir uma função social, e eu morar nele vai ser uma função social”, relata.

Formado em jornalismo pela PUC Minas, foi produtor do Itatiaia Patrulha e hoje é repórter policial e de cidades na Itatiaia. Também passou pelo caderno de política e economia do Jornal Estado de Minas.
Formado em Jornalismo pelo UniBH, em 2022, foi repórter de cidades na Itatiaia e atualmente é editor dos canais de YouTube da empresa.