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Relógios roubados em joalheria do BH Shopping podem ter sido enviados ao exterior, diz Polícia Civil

Quadrilha tinha “núcleo duro” em São Paulo, mas convocava membros nos estados onde seriam feitos os roubos, diz delegado

Montagem de imagens do assalto ao BH Shopping

Nove pessoas participaram de assalto a uma joalheria de luxo no BH Shopping em maio do ano passado, próximo ao dia das mães, de acordo com investigações da Polícia Civil. O delegado Gustavo Barleta detalhou como os roubos foram planejados e também a Operação conjunta, realizada nesta quinta-feira, 20, em Belo Horizonte, São Paulo e Goiás.

Na operação, foram presas duas pessoas. Uma mulher, presa em São Paulo, é mãe de um dos autores do crime e, segundo a Polícia, veio de São Paulo a Belo Horizonte para buscar o grupo de assaltantes e os relógios roubados.

Um homem, preso em Belo Horizonte, atuou como apoio local do assaltantes. Morador do bairro Nova Granada, ele foi recrutado para participar deste roubo e auxiliar na logística na capital mineira.

A quadrilha

De acordo com o delegado, a quadrilha agia em diversos estados e tinha um “núcleo duro”, que atuava a partir de São Paulo e era responsável por planejar os crimes - mapear as joalherias, locais a serem roubados e possíveis compradores - e recrutar pessoas em São Paulo e nos estados onde os assaltos seriam praticados.

Entre os 9 participantes do assalto em BH, 4 estão mortos - faleceram em um confronto com a polícia após assalto em Goiás. Outros três estão presos - incluindo o financiador da quadrilha - e dois foram identificados apenas nesta semana.

Pelo menos 2 pessoas têm ligação com a “maior organização criminosa de SP”, segundo a Polícia.

Relógios no exterior

Nenhum dos relógios roubados em Belo Horizonte foi recuperado. O delegado Gustavo Barleta acredita que, possivelmente, todos foram enviados ao exterior.

“Há indícios de que tenham sido enviados ao continente africano e ao continente americano. Nesses locais, os chassis dos relógios são adulterados, assim como os documentos. Depois disso, os relógios voltam licitamente para o mercado paralelo ou para o mercado oficial e são vendidos”, explicou.

Ainda de acordo com a Polícia Civil, muitos desses relógios são exclusivos - fabricados uma única vez - e com isso tem ágio grande. Assim, podiam ser vendidos por 300 mil reais na joalheria, por exemplo, e no exterior chegam a ser vendidos ou revendidos por 600 mil reais.

“Eles retornam para onde há demanda de mercado e são postos à venda, como objetos novos ou usados, há também revenda”, completou o delegado. As investigações continuam.

Relembre o caso

O assalto cinematográfico ocorreu na hora do almoço, quando o shopping estava cheio, que era véspera do Dia das Mães.

Conforme a PM, três homens armados vestidos com camisas de times de futebol entraram na loja. Clientes que estavam dentro do estabelecimento relataram terem ouvido tiros, o que não foi confirmado pela polícia. Houve corre-corre dentro do shopping e algumas lojas chegaram a baixar as portas. Famílias que estavam almoçando em restaurantes na praça de alimentação se esconderam debaixo das mesas.

Formado em jornalismo pela PUC Minas, foi produtor do Itatiaia Patrulha e hoje é repórter policial e de cidades na Itatiaia. Também passou pelo caderno de política e economia do Jornal Estado de Minas.
Coordenadora de jornalismo digital na Itatiaia. Jornalista formada pela UFMG, com mestrado profissional em comunicação digital e estratégias de comunicação na Sorbonne, em Paris. Anteriormente foi Chefe de Reportagem na Globo em Minas e produtora dos jornais exibidos em rede nacional.