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BR-381: motoristas reclamam do pior trecho da rodovia

Um dos piores trechos da BR-381 fica em Antônio Dias, na região Mineira do Vale do Aço; falta de sinalização e obras inacabadas estão entre os problemas

BR-381: motoristas reclamam do pior trecho da rodovia

O pior trecho da BR-381, entre Belo Horizonte e Governador Valadares, fica na cidade de Antônio Dias na região do Vale do Aço. O local é conhecido pelas das obras inacabadas e para muitos motoristas nem parece uma rodovia: falta sinalização, acostamento não tem asfalto e os desvios de uma pista pra outra confundem os motorista aumentando o risco de acidentes.

Em períodos de seca, a poeira atrapalha visibilidade do condutor. Já no período chuvoso o barro deixa o chão escorregadio. Às margens da pista vários barrancos correm o risco de desmoronar sobre os veículos. O motorista de caminhão Guilherme Henrique Pinheiro, de 30 anos, relata as condições da BR-381 em Antônio Dias.

“Aqui em Antônio Dias é um dos piores trechos ‘né', deslizamento de terra, ‘desbarracamento’ aqui em vários trechos, muito perigoso, muito risco de acidente, toda hora a gente tem que desviar de um buraco, tem uns trechos que já é duplicado também que tá muito ruim, muito crítico.”

Guilherme Pinheiro também fala à Itatiaia sobre a falta de sinalização na rodovia.

“Sem a contar a falta de sinalização nesses trechos mais críticos ‘né', onde ‘desbarrancou’ tudo, fizeram um desvio, muito mal feito sem sinalização.” Os motoristas e os caminhões sofrem muito e os carros de passeio também que talvez vem na velocidade da via e já encontra com aquele obstáculo sem sinalização, é muito perigoso.”

Avançando pelo raio-x da BR-381 a Itatiaia chega à cidade de Ipatinga, na região do Vale do Aço. O polo industrial sofre bastante com más condições da rodovia, porque muitas vezes a empresas não conseguem escoar a produção. Novas firmas deixam de ser instaladas na região, pois os investidores tem um certo preconceito com a BR-381 e preferem levantar as fábricas no entorno de corredores duplicados, como a Fernão Dias e a BR-040.

O coordenador do Movimento Nova 381, apoiado pela FIEMG, Luciano Araújo explica a novela da duplicação nos últimos 10 anos.

“Então, a gente coordena o Movimento Nova 381 desde 2013. Em 2014, na época da presidente Dilma (Roussef) ela esteve aqui e assinou a ordem de serviço de seis trechos de onze da BR-381. Seis trechos foram leiloados para o consórcio Isolux, Corsan e Engevix em um trecho para construtora Brasil. E aí esses seis trechos da Isolux na época, a Engevix estava na Operação Lava Jato e acabou que a Isolux teve problemas financeiros e devolveu esses seis lotes ao DNIT na época. E aí tivemos a negociação com a construtora Brasil que acabou absorvendo além do lote 7, o lote 3.1 na época, entre Antônio Dias e Nova Era, esse trecho que ainda está inacabado.”

Luciano Araújo fala que o trecho da cidade de Antônio Dias ainda apresenta muitos problemas.

“Com muitos problemas de solo, de deslizamento de terra e hoje realmente virou um gargalo aquele trecho. Só pra ter uma ideia aqueles túneis que foram feitos, eles foram terminados em 2015, então já estamos aí com oito anos de túneis prontos, foi feito pela J.Dantas, e agora que começou a ser usado, tempo pouco tempo. Infelizmente, até hoje não tivemos uma reposta significativa do governo federal pra essa região que é importantíssima, principalmente no Vale do Aço, que representa praticamente 10% do Produto Interno Bruto (PIB) do estado.”

Luciano Araújo afirma que as más condições da BR-381 espantam os investimentos no Vale do Aço e no Leste de Minas:

“Assim, você vê o que isso reflete hoje de forma negativa... Nos últimos 10, 20 anos os últimos investimentos que tivemos aqui foram nas três grandes âncoras, a Usiminas, Piran e Cenibra, depois disso não tivemos mais investimentos. Todo empreendedor que vem aqui ele tem matéria-prima, tem mão de obra qualificada, tem uma infraestrutura bacana na região, mas aí quando olha a logística (se pergunta) como vou escoar minha produção?!... a 381 infelizmente é um gargalo.”