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Censo 2022: Brasil tem 90,7 milhões de domicílios, aumento de 34%

Censo Demográfico 2022 mostra que a média de ocupação por domicídio é de 2,79 pessoas

Brasil tem 203 milhões de habitantes

O Censo Demográfico 2022, divulgado pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) nesta quarta-feira (28), mostra que o número de domicílios no Brasil cresceu 34% desde 2010. Há 90,7 milhões de casas e outras moradias no país - há uma década, o número chegava a 67,5 milhões.

Dos recenseados em 2022, 90,5 milhões eram domicílios particulares permanentes e 72,4 milhões estavam ocupados, um aumento de 26% no mesmo período. Os domicílios improvisados somaram 66 mil e os coletivos, 105 mil.

Esse aumento no total de domicílios do país está relacionado ao crescimento expressivo de duas categorias: os vagos e os de uso ocasional. Os domicílios particulares vagos aumentaram 87%, chegando a 11,4 milhões, enquanto os de uso ocasional cresceram 70% em 12 anos, totalizando 6,7 milhões.

Belo Horizonte

Dos 20 municípios com maior número de domicílios destacam-se São Paulo, Rio de Janeiro, Salvador, Brasília, Fortaleza e Belo Horizonte, todos com crescimento acima de 20% na comparação com 2010.

As cinco capitais também tinham mais de 1 milhão de domicílios na data de referência do Censo. Outros municípios registraram aumento de mais de 100% nesse número, como Abadia de Goiás, em Goiás, que passou de 2.644, em 2010, para 7.866, em 2022 (197,5%).

Estrutura das famílias

De acordo com o demógrafo do IBGE Márcio Minamiguchi, além do crescimento dos domicílios vagos e de uso ocasional, o aumento também é explicado por uma mudança nas estruturas das famílias do país, que, menores, passaram a ocupar uma quantidade maior de lares.

“Com o envelhecimento da população, que é ligado a uma taxa menor de fecundidade, é natural que se diminua o número de moradores por domicílio. No passado havia uma quantidade maior de famílias constituídas de um casal com filhos e normalmente eram muitos filhos. Hoje em dia, houve queda nesse tipo de arranjo familiar, com aumento de participação de outros arranjos, como casal sem filhos, mãe solo e unipessoais. Quando há casais com filhos, a quantidade é menor, em geral um ou dois. Ou seja, houve um aumento no número de arranjos com menos pessoas”, explica.

* com informações do IBGE

Enzo Menezes é chefe de reportagem do portal da Itatiaia desde 2022. Mestrando em Comunicação Social na UFMG, fez pós-graduação na Escola do Legislativo da ALMG e jornalismo na Fumec. Foi produtor e coordenador de produção da Record e repórter do R7 e de O Tempo