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Festival Sensacional no Parque Ecológico de BH tem riscos, diz Conselho de Saúde

Presidente do órgão reclama da falta de diálogo entre Conselho e Prefeitura e diz que evento na Pampulha gera preocupação

Festival no Parque Ecológico de BH ainda suscita discussões

Faltam poucos dias para o Festival Sensacional e a Justiça já garantiu a realização do evento, mas o assunto ainda repercute entre as autoridades de Saúde de Belo Horizonte. Segundo o presidente do Conselho Municipal de Saúde, o público do evento pode sim correr riscos de pegar febre maculosa.

Segundo a Secretaria Municipal de Saúde, a cidade não tem registros recentes de febre maculosa na capital. Mesmo assim, a equipe adota uma série de medidas preventivas na região da Pampulha, incluindo o Parque Ecológico, local do evento desta semana. Apesar de tudo isso, o presidente do Conselho Municipal de Saúde, Antônio Pádua Aguiar, ressaltou que, diante dos casos já registrados de febre maculosa no Estado em 2023, a preocupação existe.

“O transmissor de fato é o carrapato e um dos hospedeiros é a capivara, que está presente nesse ambiente. A gente vê com muita preocupação, principalmente porque nesse momento de inverno é o tempo de reprodução do carrapato. Tem essa preocupação e com certeza a gente vê que o parque deve ter lá os seus riscos.”

A prefeitura disse ainda que o parque é monitorado desde 2017, com manutenção da vegetação baixa, instalação de placas de instrução, esterilização das capivaras e a realização de banhos de carrapaticida nelas e em outros animais, como cavalos. Desde 2013, o espaço das capivaras no Parque Ecológico não é acessado pelos visitantes.

Enquanto a Defensoria Pública defende medidas educativas e de segurança para evitar a possibilidade de contágio pelo carrapato-estrela, o presidente do Conselho Municipal de Saúde se queixa da falta de comunicação da prefeitura.

“Se a prefeitura tem que tomar alguma decisão, eles deveriam trazer a demanda também para o conselho ter uma opinião. O Conselho Municipal de Saúde é um ente importante e fiscalizador da prefeitura. Portanto ele deveria ter sido informado minimamente para a gente poder ter uma opinião do Conselho.”

Em nota, a Prefeitura de Belo Horizonte alegou que não é praxe consultar o órgão sobre a realização de qualquer tipo de evento na capital.

Ana Luiza Bongiovani é jornalista e também graduada em direito. É repórter da Itatiaia.