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Estudante da UFOP aparece com marcas de agressão e pais buscam respostas para entender o que aconteceu

Pais da aluna procuraram à Itatiaia neste sábado (17) pedindo ajuda para entender o que realmente aconteceu com a jovem

Aluna estuda química industrial na UFP

Os pais de uma estudante da Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP) buscam respostas após a jovem de 19 anos aparecer com hematomas no rosto. Eles, que moram em Belo Horizonte, foram visitar a filha, que está no primeiro ano de Química Industrial na instituição, nessa sexta-feira (16). Porém, o que era para ser um momento de matar a saudade se tornou um verdadeiro pesadelo ao descobrirem a agressão. Sem saber o que de fato aconteceu, a família pediu que a identidade fosse mantida em sigilo. A Itatiaia procurou a Polícia Civil neste sábado (17), que está investigando o caso.

“A gente saiu daqui para visitar a nossa filha. Primeiro, nós fomos à faculdade onde ela estuda, ficamos rodando procurando ela, porque ela tinha aula até às 10h20. Como a gente não encontrou, a gente foi lá na república onde ela mora. Chegando lá, vimos que ela estava lá e entramos para conversar. De repente, o pai dela notou o olho dela roxo, ela falou que tinha apanhado de um rapaz, mas não quis falar o nome dele”, contou a mãe da jovem, de 53 anos, à Itatiaia.

A menina teria sido agredida na segunda (12). Conforme o pai, de 50 anos, por medo, ela não quis relatar o que realmente aconteceu.

Nesta república, que também terá o nome ocultado a pedido da família, moram só mulheres. Por lá, ninguém disse o que poderia ter acontecido com a jovem. O pai dela, inclusive, relatou que foi maltratado e sentiu que elas estavam escondendo alguma informação.

“As pessoas que moram lá me trataram muito mal, me colocaram para fora, não me deixaram ver a minha filha, ocultaram as coisas. Elas falaram: ‘Você vai fazer isso com sua filha?’. Ela é minha filha, como não vou fazer isso”, afirma.

Depois do ocorrido, ele e a mãe da jovem seguiram até a faculdade, onde foram orientados a procurar a ouvidoria. “Não teve ninguém para ouvir a gente, a gente não sabe onde que isso aconteceu, se foi dentro do Campus, se não foi, o que que aconteceu com ela”, diz a mãe. O pai dela suspeita de que o rapaz estuda na instituição. Em seguida, eles a levaram para a Santa Casa, onde a menina fez o corpo de delito.

“Aí nós fomos na Delegacia da Mulher para fazer o boletim de ocorrência e eles falaram que ela será intimada. A gente tem que saber o que aconteceu e se isso tiver acontecido com um aluno dentro da faculdade? Ela tem 19 anos e é o primeiro ano dela na faculdade. A gente mora aqui em Belo Horizonte. A gente tá sem saber, ela não teve apoio nenhum das moças lá da República, porque ninguém sabe o que aconteceu”, acrescenta a mãe.

“A gente não teve respaldo da faculdade, porque eles falaram apenas que era para a gente tentar entrar em contato com a ouvidoria. A gente voltou de lá completamente sem respaldo, ela ficou, como ela é maior de idade, ela não quis vir”, finaliza.

Em nota, a UFOP disse que “repudia qualquer ato de violência e lamenta que uma de suas alunas esteja passando por isso, solidarizando-se com ela e seus familiares”. A instituição informou ainda que está “apurando o ocorrido”.

“Conforme orientação dada à família durante atendimento realizado na Pró -Reitoria de Assuntos Comunitários e Estudantis, é importante e necessário que a aluna procure imediatamente a Ouvidoria da Instituição, especialmente a Ouvidoria Feminina, para que os outros encaminhamentos sejam efetivados. Diante do temor dos pais pela filha, os pais também foram orientados que se efetive imediatamente uma queixa junto às autoridades policiais. Os contatos da Ouvidoria Feminina são: 31 988667678; fala.br; ou ouvi.femininaufop.sico@ufop.edu.br”, finaliza a instituição.

O que diz a Polícia Civil

“Em relação ao fato registrado na tarde de ontem (16/6), em Ouro Preto, a Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) informa que apura o caso com base nos fatos narrados pela solicitante, de 53 anos”, diz a nota enviada pela instituição à Itatiaia.

Quem souber de alguma informação sobre o caso pode entrar em contato com a Polícia Civil pelo telefone 181 de forma anônima.

Patrícia Marques é jornalista e especialista em publicidade e marketing. Já atuou com cobertura de reality shows no ‘NaTelinha’ e na agência de notícias da Associação Mineira de Rádio e Televisão (Amirt). Atualmente, cobre a editoria de entretenimento na Itatiaia.