Quem abasteceu o carro nesta quinta-feira (1º) acabou encontrando o preço da gasolina mais alto do que nos últimos dias. O reajuste era previsto, já que, com a adoção do ICMS único em todo o Brasil, a
A reportagem da Itatiaia percorreu as ruas da capital mineira e flagrou a
Por que o preço da gasolina subiu?
A dinâmica de mercado é a resposta apontada por Paulo Casaca, economista da Associação Comercial e Empresarial de Minas (ACMinas). Segundo o especialista, a concorrência pode ajudar a explicar o motivo de postos da mesma cidade aplicarem reajustes tão diferentes sobre a gasolina.
“Cada posto vai reajustar conforme a sua necessidade. Onde tiver maior concorrência, a alta no preço vai ser menor. Mas onde a concorrência foi menor ou o mesmo empresário possuir vários postos, há a possibilidade de se cobrar mais caro. A estrutura de preço de cada posto também influencia a formação do valor final.”
Paulo também falou sobre um fenômeno muito notado pelos motoristas: as altas nos preços acontecem mais rapidamente do que as reduções. Segundo o especialista, esse é um movimento muito comum na economia.
“É uma força natural de mercado. Quando o preço sobe o reajuste é bem mais rápido. De fato esse movimento é assimétrico e existem estudos que comprovam isso. Teoricamente, poderia se esperar o fim do estoque para o reajuste no preço, mas nem sempre isso acontece.”
Em maio, a economista e professora de MBA da Fundação Getúlio Vargas (FGV), Carla Beni, explicou à Itatiaia que
“O Governo Federal não fixa o preço final dos combustíveis, não há um controle sobre isso. O preço final envolve impostos, mistura de biocombustível e lucro. O anúncio tem um peso político e reforça a agenda positiva da Petrobras nesse novo governo, mas o alívio para o consumidor final depende de muitas coisas.”
Mudanças no ICMS e na gasolina
Começou a valer em todo o Brasil, nesta quinta-feira (1º), a cobrança do ICMS único sobre os combustíveis. O valor, que antes era definido por cada estado, agora passa a ser padronizado: R$ 1,22. Em Minas Gerais, o ICMS único representa um aumento de R$ 0,24 sobre o valor do imposto cobrado anteriormente.
Em nota, o Minaspetro, sindicato que representa donos de postos, “salienta que cada empresário tem a liberdade de formar seu preço, levando em conta seus estoques, custos operacionais e contratos comerciais com as distribuidoras. O que pode ser observado no mercado, inclusive, é que alguns revendedores têm optado por não repassar imediatamente o novo aumento, possivelmente, por ainda estarem com estoques antigos ou mesmo cortando na própria margem, o que evidencia a forte concorrência no setor varejista”, diz a nota.
"É importante que imprensa e sociedade entendam que a formação de preços é algo complexo, que demanda o entendimento de que o valor do combustível na bomba não depende do posto, que é o último elo de vários na cadeia do mercado, como frete, distribuidores e importadores. Os donos de postos de combustíveis são responsáveis pela menor parte do preço final na bomba e têm mantido seus níveis de margem média estáveis e, em algumas regiões mais competitivas, até mesmo as reduzido nos últimos anos com todas as variações de preços do mercado”, encerra.