A Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG) anunciou o lançamento da campanha “O Uso do Cigarro Eletrônico”, ação que tenta conscientizar a população sobre os riscos do uso do vape.
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) proibiu em 2009 pela Resolução nº 46 a venda, importação do produto, mesmo assim, eles continuam sendo comercializados. De acordo com a Pesquisa Nacional de Saúde do Escolar (Pense) de 2019, 15% dos alunos fumaram pela primeira vez com 13 anos ou menos.
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Nesta terça (23) e quarta (24) serão ministrados cursos sobre a legislação e fiscalização do controle do consumo de tabaco para profissionais das vigilâncias sanitárias de Minas Gerais. Além disso, na quinta (25) e sexta (26) será realizada uma pesquisa sobre pontos de venda nas proximidades de uma escola estadual na região Centro-Sul da capital.
Segundo Larissa Rego, especialista em Regulação da Gerência Geral de Controle, Registro e Fiscalização de Produtos Fumígenos da Anvisa, alerta sobre a dificuldade para combater a comercialização do produto no país.
“O produto é objeto de contrabando, então envolve outras esferas como a Receita Federal, a Polícia Federal e a Polícia Rodoviária Federal. O que precisamos fazer é coibir a entrada do produto e o maior desafio é conhecer quem são os importadores para derrubar as cadeias de distribuição no Brasil”, explica.
Riscos
O tabagismo é reconhecido como uma doença crônica causada pela dependência da nicotina presente nos produtos à base de tabaco e está inserido na Classificação Internacional de Doenças (CID10) da Organização Mundial da Saúde (OMS).
O tabagismo ativo e a exposição passiva à fumaça do tabaco estão relacionados ao desenvolvimento de aproximadamente 50 enfermidades, dentre as quais vários tipos de câncer, doenças do aparelho respiratório (enfisema pulmonar, bronquite crônica, asma, infecções respiratórias) e doenças cardiovasculares (angina, infarto agudo do miocárdio, hipertensão arterial, aneurismas, acidente vascular cerebral, tromboses).
Consumo
Um levantamento recente do Ipec (Inteligência em Pesquisa e Consultoria) aponta que 2,2 milhões de adultos (1,4%) afirmaram ter consumido os dispositivos eletrônicos para fumar até 30 dias antes da pesquisa. No primeiro ano do levantamento feito pelo Ipec, 2018, o índice era de 0,3% entre a população, com menos de 500 mil consumidores.
A pesquisa aponta também que cerca de 6 milhões de adultos fumantes afirmam já ter experimentado cigarro eletrônico, o que representa 25% do total de fumantes de cigarros industrializados, um acréscimo de 9 pontos percentuais em relação a 2019.