Vídeo inédito divulgado pela Polícia Civil nesta segunda-feira (24) mostra o instrutor de autoescola Alessandro Gomes de Carvalho sendo arrastado no capô do carro do motorista de aplicativo Denis Maclim momentos antes de o instrutor morrer. Para o delegado Rômulo Dias, titular da Delegacia Especializada em Investigação de Crimes de Trânsito, as imagens confrontam a versão dada por
“É a versão. Ele (Denis) tem o direito à ampla defesa e ao contraditório, mas as demais provas que nós já coletamos - volto a afirmar, estamos aguardando demais laudos - refutam a ideia de que o motorista (instrutor) estava agressivo e o agrediu, verbal ou fisicamente”, disse o delegado, que aguarda os resultados dos laudos de necrópsia e a perícia feita nos veículos para encerrar a investigação.
Denis também disse que não tinha batido em outro veículo, mas um motorista de um terceiro carro foi encontrado pela Polícia Civil e confirmou que foi atingido na contramão. “Precisamos aguardar os laudos para saber se o motivo do óbito do instrutor da autoescola foi em razão da colisão ou em razão da queda”, reforçou.
Em entrevista
Veja o vídeo:
Relembre o caso
O instrutor de autoescola Alessandro Gomes de Carvalho, de 48 anos, teve morte encefálica confirmada no último domingo (16) após se envolver em
Os dois motoristas teriam tentado resolver a situação de forma amigável, mas, após o instrutor sugerir o registro de uma ocorrência, o suspeito entrou no carro e afirmou que iria embora. Alessandro pulou na frente do veículo para impedir a fuga e chegou a ser arrastado no capô do carro por alguns metros.
Apelo por tolerância
Durante a entrevista coletiva, o delegado fez um apelo por mais tolerância entre os motoristas. “A sociedade está aceitando isso e a gente precisa pedir calma para isso. O perfil dos nossos investigados são cidadãos de bem, trabalhadores sem histórico de envolvimento criminal”, destacou Rômulo, citando um caso recente em que um motorista perseguiu o outro com uma face de açougueiro. Ele lembrou que, no caso do instrutor, duas famílias foram destruídas.
“Ele (Denis) é trabalhador, sem histórico criminal pai de família. E esse mesmo caso se repetiu no exemplo da facada, uma atitude totalmente desproporcional em relação ao motivo que gerou a discussão. Em razão disso, a gente precisa pedir calma à sociedade”, disse. “No trânsito, não escolha a discussão, não escolha a briga, não escolha a buzina, não escolham o dedo para fora da janela no trânsito. Escolham a paz, escolham a vida. Sigam o caminho, porque assim a gente consegue diminuir”.