O Museu da Inconfidência, em Ouro Preto (MG), abre neste
É uma visita perfeita para este feriado prolongado. O Museu guarda a memória do movimento inconfidente, com documentos, pinturas e até as traves da forca de Tiradentes. Para
“O Museu da Inconfidência é um dos 5 museus históricos federais e conta a história da primeira insurreição contra a Coroa Portuguesa, uma história importantíssima para a história do Brasil”, completa Alex.
Há um rico material sobre Tiradentes. Entre eles, uma réplica do livro que foi encontrado no bolso do alferes, a Constituição Americana na versão em língua francesa. A Revolução Francesa e a independência dos Estados Unidos eram fortes influências no ideário dos conjurados. O Museu também é guardião de algumas traves da forca de Tiradentes, de documentos ligados aos inconfidentes, como testamentos, e também desenhos e pinturas, que representam os inconfidentes e o período em que viveram.
Panteão da Inconfidência
A sala mais nobre do museu é o Panteão da Inconfidência, inaugurado também em um 21 de abril, no ano de 1942. A data foi escolhida por ser o 150º aniversário da condenação dos inconfidentes ao degredo ou à forca. Os restos mortais dos que foram exilados para a África foram trazidos de volta ao Brasil por determinação de Getúlio Vargas, então presidente do Brasil. Na época, buscava-se o resgate da memória brasileira.
Alex ressalta que essa é a sala mais nobre do museu, “onde estão os restos mortais desses nossos heróis, homens que foram maravilhosos mas também tiveram suas ambiguidades”.
No dia 29 de abril o panteão, que hoje tem 16 lápides, recebe mais uma, a de Hipólita Jacinta Teixeira de Melo, a mulher que teve maior participação política na Inconfidência Mineira e ainda é pouco conhecida por esse papel. O museu terá uma celebração especial para a entrada dela no panteão.
Legado colonial
“O período colonial é também um dos mais terríveis da história. Ele deixou muitas marcas na sociabilidade brasileira, no nosso jeito de pensar relações sociais, políticas, culturais. Embora a gente viva numa República, a gente tem muitos elementos da cultura colonial no dia a dia. A visita ao Museu da Inconfidência é também uma forma de conhecermos o passado colonial e olharmos criticamente para ele”, explica o diretor do museu.
Para provocar ainda mais o olhar do visitante e abrir mais possibilidades de leituras, o museu inaugura neste sábado (22) um projeto de intervenções de arte contemporânea dentro do museu histórico. A partir das 10h serão abertas duas mostras individuais. “Vão”, do artista Bruno Cançado, e “Evocativos”, de Cláudio Cretti. Ambas com curadoria de Ana Avelar.
“Essas mostras são para que o visitante sinta estranhamento, pense e repense o que a obra quer dizer dentro daquele contexto, no meio de objetos do período colonial”, conclui Alex Calheiros.
Programação completa
O Museu da Inconfidência tem, atualmente, visitação gratuita. Cerca de 30 mil pessoas visitam o local mensalmente.
22 de abril - Anexo do Museu da Inconfidência
10h – Inauguração da mostra “Evocativos” de Cláudio Cretti e “Vão” de Bruno Cançado. Curadoria de Ana Avelar.
11h30 - Bate papo com os artistas no mesmo local
29 de abril - Museu da Inconfidência
11h – Homenagem a Hipólita Jacinta Teixeira de Melo, mulher que teve forte atuação política na Inconfidência Mineira. Descerramento da lápide de Hipólita Jacinta no Panteão dos Inconfidentes
12h – Mesa de debates “Hipólita estava lá”, com participação de:
Cármen Lúcia Antunes Rocha, ministra do Supremo Tribunal Federal (STF),
Heloísa Starling, historiadora e professora da UFMG,
Zélia Duncan, cantora e compositora,
Ana Costa, cantora e compositora.
Museu da Inconfidência
Praça Tiradentes, 139 – Centro Histórico / Ouro Preto
De terça a domingo, das 10h às 18h (última entrada às 17h).
Entrada franca.