O valor que o trabalhador pagará a mais para usar os ônibus de Belo Horizonte daria, por exemplo, para comprar três pães de queijos por dia, iguaria preferida pelos mineiros vendida
por R$ 1 em vários locais do Centro da capital mineira. A partir do próximo domingo (23), o valor da tarifa sobe de R$ 4,50 para R$ 6, R$ 1,50 a mais. O usuário que precisa de dois coletivos (ida e volta), por exemplo, terá que desembolsar R$ 3 a mais por dia.
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A comparação com o pão de queijo é apenas um recorte. O aumento da tarifa afetará, principalmente, os
trabalhadores que recebem um salário mínimo. Com a passagem a R$ 4,50, o transporte público consumia 15% do salário mínimo. A partir de domingo (23), passa a representar 20% do pagamento básico dos trabalhadores. Além do tradicional pão de queijo, o usuário compra, com R$ 3, um pastel frito (R$ 2,50) ou três cafezinhos.
O valor que será pago a mais a partir do próximo domingo também seria suficiente para comprar uma empada, uma coxinha e um pastel na lanchonete Hora do Lanche, que ficou famosa após a Itatiaia mostrar o sucesso dos
salgados comercializados por R$ 1. O estabelecimento fica na avenida Afonso Pena, esquina com rua da Bahia, bem em frente ao Parque Municipal, e chama atenção pela formação de filas.
Outra opção seria juntar os R$ 3 por cinco dias e garantir o
‘marmitão da Praça’ Sete por dois dias. O prato é vendido pela cozinheira Marta Vieira no coração do Hipercentro da capital.
A marmita custa R$ 7. Ou seja, em uma semana, o dinheiro seria suficiente para comprar duas e ainda sobraria R$ 1 para tomar um
cafezinho da dona Zilda. Ela encontrou na bebida o ganha pão para sustentar a família e trabalha com o marido e um dos filhos no Centro de BH.