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MPMG pede suspensão das operações das duas maiores barragens de rejeitos do Brasil

Barragens Eustáquio e Santo Antônio, da Kinross Brasil, têm juntas a capacidade de armazenar mais de 1,2 bilhão de metros³ de rejeitos

Ação considera que as barragens não sejam seguras

O Ministério Público de Minas Gerais (MPMG), propôs nessa segunda-feira (27) uma ação contra a Kinross Brasil, responsável pelas duas maiores barragens de rejeitos do país. As barragens Eustáquio e Santo Antônio são localizadas na área da Mina Morro do Ouro, em Paracatu, região Noroeste do estado.

Na ação, o MPMG pede que a mineradora não deposite mais rejeitos nas barragens, para que o volume de material já depositado não cresça. Ainda, o órgão pede que a empresa adote todas medidas necessárias para garantir a segurança e a estabilidade das estruturas até que sejam completamente descaracterizadas.

“Caso nada seja feito, sem a atuação firme do Poder Judiciário, a Kinross permanecerá em sua contínua externalização de riscos exacerbados em desfavor de toda a sociedade mineira, enquanto mantém a prática colonial de internalizar os ganhos econômicos sem investimentos adequados em formas alternativas de disposição de materiais, o que poderia melhorar a segurança humana e ambiental”, apontaram os promotores de Justiça da 3ª Promotoria de Paracatu, que assinaram a ação proposta em conjunto com o Centro de Apoio do Meio Ambiente (Caoma).

Ainda, os promotores ressaltaram que as estruturas de responsabilidade da Kinross “superam os limites da aceitabilidade social e, por consequência, dos riscos admissíveis”.

Posicionamento da Kinkross

A reportagem da Itatiaia entrou em contato com a empresa responsável pelas barragens sobre o pedido.

Confira o posicionamento na íntegra da Kinkross:

“A Kinross informa que não foi citada sobre a ação civil pública mencionada na nota do Ministério Público de Minas Gerais, hoje, terça-feira (28).

A empresa reforça que está à disposição para prestar todos os esclarecimentos necessários aos órgãos competentes e à sociedade. Suas barragens são seguras, monitoradas em tempo integral com base em um rigoroso sistema preventivo e de controle de riscos.

A Kinross prioriza pessoas em primeiro lugar e continuará a adotar as medidas necessárias para a manutenção de um ambiente seguro para toda a população local, comunidades vizinhas e seus empregados”

Maria Clara Lacerda é jornalista formada pela PUC Minas e apaixonada por contar histórias. Na Rádio de Minas desde 2021, é repórter de entretenimento, com foco em cultura pop e gastronomia.