Familiares de Diego Rodrigues Rosa, de 33 anos
Thiago Freitas, presidente da Comissão de Direito do Consumidor Da Ordem dos Advogados do Brasil em Minas Gerais (OAB-Minas), disse que o episódio cabe indenização. “A única forma de receber esse valor que a família entende devido é ajuizar a competente ação, procurando um advogado, ou tentar um acordo extrajudicial com a funerária”, disse.
Segundo o boletim de ocorrência, Diego morreu por causa de um acidente de carro. A família explica que o constrangimento começou às 14h, horário previsto para o sepultamento. O jazigo preparado para enterrar o corpo de Diego era menor do que a urna em que ele estava.
Ainda no registro policial, a família explica que o corpo de Diego deveria ter sido acomodado em um caixão para pessoas de até 150kg. Porém, a funerária não tinha nenhuma urna do tipo. E decidiu preparar o corpo em uma urna maior, para pessoas de até 250kg. Esse tipo de urna é conhecido como “caixão baleia” entre funerárias e cemitérios.
O especialista ainda aponta que o termo é preconceituoso e as funerárias podem responder por dano moral. “É um termo ‘caixão baleia’ é extremamente preconceituoso e completamente fora de contexto. O próprio nome é suficiente para fundamentar essa ação de indenização por dano moral, além de apurar possível crime de discriminação”, informou Thiago.
A Itatiaia entrou em contato com a equipe responsável pela comunicação do Cemitério Mirante da Paz, mas não teve retorno até a publicação da matéria. A equipe também entrou em contato com o Grupo Zelo, que enviou a nota abaixo, reproduzida na íntegra:
O Grupo Zelo informa que foi responsável exclusivamente pela preparação do corpo, da urna em tamanho especial e a organização do velório do Sr. Diego Rodrigues Rosa, nesta quarta-feira (15), em Ponte Nova. Os serviços foram realizados em conformidade com os padrões da empresa e seguiram todos os processos de logística, documentação e comunicação necessários para este tipo de caso. A empresa lamenta o ocorrido se coloca à disposição da família para quaisquer esclarecimentos que se fizerem necessários.
Nesta sexta, 17, a assessoria de imprensa enviou um complemento à nota:
A empresa esclarece que possui todos os tipos e tamanhos de urnas e o corpo foi acomodado em uma especial, adequada ao caso. Frisa, ainda, que a administração do cemitério não é realizada pelo Grupo.
(Com informações de Ana Luísa Sales* e Camila Campos)
*Sob supervisão de Maria Fernanda Cinini e Marina Borges