Seis meses após trote que deixou um aluno de Engenharia Metalúrgica na Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP) em coma, jovem ainda não voltou a estudar. Ayrton Carlos Almeida que veio do Maranhão para estudar engenharia e foi internado com sintomas de uso abusivo de álcool após um trote sofrido na República Federal Sinagoga.
Segundo a mãe do jovem, a UFOP ainda não deu um retorno sobre uma forma do estudante voltar a estudar. Ayrton chegou a entrar em contato com a universidade, que o orientou a entrar em contato com a Universidade Federal do Maranhão (UFMA) e verificar a disponibilidade do calendário da instituição maranhense.
Em uma reunião entre a UFOP e a família de Ayrton, ficou definido a Instituição iria organizar o retorno aos estudos do estudante, que não pretende voltar a morar em Ouro Preto.
Por meio de nota, a UFOP afirmou que “o aluno foi atendido pela equipe de orientação estudantil da Pró-reitoria de Assuntos Comunitários e Estudantis (Prace) em dezembro, oportunidade em que foram apresentadas possibilidades sobre a continuidade dos estudos”. Segundo a universidade, o aluno se encontra em Afastamento Especial, o que significa que continua com a sua matrícula ativa, podendo retornar assim que desejar ou puder.
“Caso ele queira solicitar transferência para outra universidade, o requerimento deve partir dele mesmo, com a UFOP encaminhando a Guia de Transferência para a instituição de interesse, assim como todas as orientações necessárias. Na última semana, a equipe da Pró-Reitoria de Graduação (Prograd) se reuniu com o estudante para tratar desse assunto. Os profissionais o orientaram sobre os procedimentos e se colocaram à disposição”, informou a universidade.
Relembre o caso
A Polícia Civil está investigando a denúncia de um trote que deixou um estudante em coma, na Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP). O jovem, que veio do Maranhão para estudar engenharia, passou por um trote em agosto deste ano e foi internado logo depois com sintomas de uso abusivo de álcool.
Devido ao estado grave de saúde do menino, os médicos chamaram a polícia. No boletim de ocorrência, costa que o estudante foi levado ao local pelos colegas, que alegaram que ele tinha usado bebida alcoólica.
O estudante foi transferido para a Santa Casa de Ouro Preto e intubado por 16 dias. A mãe do jovem disse que ele teria sido obrigado a beber diversos copos de cachaça, e alguns deles misturados com molho de pimenta e soja. Após ter sido embriagado, a vítima teria tomado com banho de água gelada com pó de café.
Ainda segundo a mãe, os médicos teriam citado sinais de abuso sexual, mas que a família não teve acesso aos laudos ou ao boletim de ocorrência. Ela alega também que tentou uma reunião com a reitoria da UFOP, mas não teve êxito.
Após ter recebido alta, o jovem trancou a matrícula e voltou à casa da família no Maranhão, onde faz tratamento médico contra as sequelas do acidente. Ele ainda sofre com crises de ansiedade, queda de cabelo, problemas cardíacos e perda do movimento de um pé.
A UFOP declarou que abriu uma comissão disciplinar e que o trote pode resultar em advertência, suspensão ou expulsão dos estudantes envolvidos. A república onde o estudante morava afirmou que repudia a prática de trotes.