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Motorista de ônibus sofre racismo pelo mesmo homem em menos de um mês

O motorista foi agredido física e verbalmente duas vezes pelo mesmo homem em apenas 2 semanas e disse estar com pânico

No vídeo é possível ver o agressor indo para cima do motorista de ônibus um uma barra de madeira

Um motorista de ônibus registrou, nesta quarta-feira (7), um boletim de ocorrência contra um idosos que o agrediu fisicamente e verbalmente pela segunda vez em menos de um mês. Os dois casos aconteceram em um ponto de ônibus no bairro Anchieta, região Centro-Sul de Belo Horizonte. No último dia 18 de novembro, o motorista Caio Freitas, de 27 anos, já havia registrado um boletim de ocorrência contra o mesmo homem, que proferiu ofensas racistas e o agrediu com uma barra de ferro.

Desta vez, a situação aconteceu da mesma forma que há duas semanas. Em ambos casos de agressão, Caio estava terminando uma viagem quando viu o carro do homem estacionado no local reservado para ônibus. Ao pedir para que o motorista se retirasse para que ele pudesse parar com o ônibus e os passageiros descerem de forma segura, Caio foi agredido.

“Aconteceu como nos moldes da primeira vez, no nosso ponto de embarque e desembarque, onde ele estava estacionado com o veículo. Como eu já sei da índole desse cara, sei do caráter dele, dessa vez eu não falei nada, apenas desci do ônibus, que é minha ferramenta de trabalho, e filmei ele. Ele me reconheceu e desceu do veículo proferindo xingamentos, injúria racial, injúria de classe, me chamando de pobre f*d*d*, viado, macaco e mais uma vez pegou o bastão de madeira e veio minha direção”, relatou Caio.

Trauma

Após o ocorrido, Caio decidiu registrar outro boletim de ocorrência. Ele relata estar tendo ataques de pânico e ansiedade após os ocorridos e que, ao trabalhar, se sente mal só de ver um carro parecido com o do agressor.

“Gera uma sensação de incapacidade e frustração. Eu fico ansioso, tenho ataque de ansiedade só de ver o carro dele. Fico mal, fico triste, tenho pânico. Ele é um criminoso e isso me dá medo, revolta, tristeza, incapacidade”, desabafou.

Na próxima segunda-feira (12), Caio participará de uma audiência para ser ouvido pelas autoridades. Ele afirma que espera conseguir, pelo menos, uma medida protetiva para se sentir mais seguro.

“Eu vou pedir uma medida protetiva, ou então a prisão cautelar desse cara. uma restrição. Ele é um criminoso e ele com uma arma na mão, ele atiraria em mim ou em qualquer outra pessoa”.

Entrevista feita pelo repórter Renato Rios Neto

Repórter policial e investigativo, apresentador do Itatiaia Patrulha.