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Mãe de crianças mortas na Grande BH desabafa sobre tragédia e cria vaquinha para recomeçar

Adriane Rocha de Paula, de 31 anos, agradeceu apoio recebido e relembrou momentos com os filhos

Adriane perdeu o marido e três filhos na tragédia

“Estou sem chão. Tudo que eu mais tinha eram eles, mas essa fatalidade levou eles embora. Dói demais”. O desabafo é de Adriane Rocha de Paula, de 31 anos, que perdeu os três filhos e o marido depois que um homem de 25 anos invadiu a casa do vizinho e matou todos eles a facadas no domingo (30), em Santa Luzia, na Região Metropolitana de Belo Horizonte.

O suspeito, que foi preso, era primo de uma das vítimas que tinha 39 anos. Esse, por sua vez, era padrasto das crianças. O homem confessou ter cometido o crime “por estar incomodado com o barulho das crianças” e por acreditar que ele foi responsável por sua demissão do trabalho.

Apesar do luto, Adriane agradece o apoio da família, dizendo que estão dando todo o apoio e sempre presente com ela nesse momento. Foi a mulher que encontrou as vítimas após crime. Ela disse que estava sem a chave de casa, mas viu uma janela aberta. Pensando que todos estavam dormindo, ela entrou, e nesse momento se deparou com a cena.

“Me deparei com Ronaldo no chão da sala, todo machucado, e chegando no quarto, estavam os três [filhos] da mesma forma, com o corpinho já duro. Não tinham reação, eu abraçava eles mas não respondiam”, desabafou.

Adriane lembrou, com carinho, de memórias com os três filhos, de 11, 9 e 7 anos. Ainda, agradeceu o apoio recebido de vizinhos e até desconhecidos. “Graças a Deus, tive muito apoio, de muitas pessoas bacanas, pessoas que eu nem conhecia. Chegam solidários, está sendo muito bom”, comentou.

Vaquinha para recomeçar

A mulher explicou ainda que criou uma vaquinha online para recomeçar após a tragédia. Ela contou que não tem como seguir onde mora, e agora conta com a ajuda das pessoas para recomeçar a vida.

“Onde eu morava, pagava aluguel. Mas comprei um lote ao lado, já tinha começado a construir e tudo mais, só que não tenho condições de morar mais lá, é impossível. Como minha mãe tem um espaço, a gente está fazendo a vaquinha para arrecadar material de construção para poder levantar, nem que sejam dois cômodos. Para lá não tem condições, estou sem onde ficar”, lamentou.

A campanha criada se chama Um Novo Recomeço, hospedada no site Vakinha, e pode ser acessada por este link.

Jornalista formado na PUC Minas. Experiência com reportagens, apresentação e edição de texto em televisão, rádio e web. Vivência em editorias de Cidades e Esportes.
Formado em jornalismo pela PUC Minas, foi produtor do Itatiaia Patrulha e hoje é repórter policial e de cidades na Itatiaia. Também passou pelo caderno de política e economia do Jornal Estado de Minas.