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‘Fomos obrigados a parar’, diz caminhoneiro bloqueado em Ipatinga, em Minas

Ele disse que quem descumpre é retalhado. ‘Eu não arrisco de seguir. Já tiveram para-brisas quebrados’, denunciou

Bloqueios ocorrem em todos estados

“Fomos obrigados a parar. Eu sou contra essa paralisação. Não concordo e eu votei no Bolsonaro. Queria que ele tivesse ganhado, mas o que está acontecendo está errado.” Esse é o relato do caminhoneiro L.G., morador de Contagem, na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH), obrigado a parar em um bloqueio na BR-381, região do Vale do Aço, em Minas Gerais.

A Polícia Rodoviária Federal (PRF) publicou na manhã de hoje, um balanço das vias que estão completa ou parcialmente interditadas em Minas Gerais. Pelo menos 18 rodovias ficaram bloqueadas no estado, onde manifestantes vestidos de verde e amarelo protestam contra o resultado das urnas.

Ele, que faz o trajeto de carga de Minas Gerais para o Rio de Janeiro, chegou em Ipatinga nessa segunda-feira (31), por volta das 8 horas da manhã. “Me deparei com a manifestação, fui obrigado a parar e eu parei.”

Desde a noite desse domingo (30), após o resultado das eleições, caminhoneiros iniciaram um bloqueio ilegal das vias em protesto à vitória de Lula (PT).

Ele disse que quem descumpre é retalhado. “Eu não me arrisco a seguir. Já tiveram para-brisas quebrados”, relatou. Ele acredita que os caminhoneiros serão os prejudicados pelo protesto.

Sobre a organização da paralisação, o caminhoneiro declarou: “Tem alguém muito grande por trás disso. Nós, caminhoneiros, somos só a ponta do iceberg.”

Nessa segunda-feira (31), a Associação Nacional do Transporte de Cargas e Logística, entidade nacional que congrega as empresas de transporte rodoviário de cargas, disse por nota que “não apoia o movimento de caminhoneiros autônomos de paralisação e bloqueio de rodovias em diversos estados do País.”

“Sendo entidade de representação empresarial manifesta-se veementemente contra movimento grevista, de natureza política, que fere o direito de ir e vir de todos os cidadãos, criando obstáculos à circulação de veículos que prestam serviços essenciais ao abastecimento da população, em especial de gêneros de primeira necessidade, como medicamentos e alimentos”, continuou.

Também nessa segunda-feira (31), o caminhoneiro Walace Landim, mais conhecido como Chorão, que liderou o movimento da paralisação geral em 2018 disse que não é hora de parar o Brasil e pediu o fim de paralisação em rodovias e reconhece vitória de Lula. “Não é o momento de parar o país, precisamos estar alinhados, precisamos lutar pelo nosso segmento”, disse nas redes sociais.

“Nesse momento, parar o país vai prejudicar muito a democracia. Precisamos ter reconhecimento da democracia, da vitória do presidente [Luiz Inácio Lula da Silva]”, continuou.

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