Mesmo com a alta da inflação nos alimentos, a população de Belo Horizonte não deixa de fazer compras. Pelo contrário, troca o dinheiro do lazer por comida em casa. A Itatiaia foi às ruas da capital e constatou que a população não abre mão de fazer um bom sacolão e sempre busca por promoções.
“Academia e salão nem pensar. Porque senão eu vou passar falta na alimentação. O que antes eu comprava com R$ 300, hoje custa R$ 1.200. A gente não pode morrer de fome, então, tem que eliminar a vaidade”, contou a diarista Lucilene Miguel, de 46 anos.
Com dois filhos adolescentes, Lilian de Fátima relata que não tem ido mais aos parques. “Estamos ficando mais em casa. Levo na pracinha perto de casa, mesmo. Primeiro a comida, depois o passeio.”
Por conta dessa opção do consumidor em levar comida para casa, os supermercados devem fechar o ano em crescimento. É o que diz o presidente executivo da Associação Mineira de Supermercados (AMIS), Antônio Claret.
“Em 2022, a nossa previsão é de 85 novas lojas sendo inauguradas no Estado, várias no primeiro semestre. Isso representa, no mínimo, 10 mil empregos novos para população de Minas Gerais no setor de supermercados. Quando nós falamos especificamente de vendas nos supermercados, não podemos esquecer que os custos estão atrelados a esses números. O volume de vendas não significa volume de margem. As margens continuam cada vez mais estreitas, o mercado é extremamente competitivo. O consumidor tem restrições de compra em relação a marcas. Ele realmente tem buscado economizar.”