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‘Verdadeiro salve-se quem puder’, diz diarista sobre embarcar em ônibus Palmital B

Reportagem da Itatiaia acompanhou a saga da trabalhadora entre os bairros Nova Conquista, em Santa Luzia, e da Graça, em Belo Horizonte

Drama da diarista é o mesmo de milhares de trabalhadores

Encarar ônibus lotados faz parte da rotina da diarista Selena Vicente, 45 anos. Ela trabalha cada dia em um bairro de Belo Horizonte e enfrenta uma saga para chegar ao Centro da capital. O repórter Ailton do Vale, da Itatiaia, embarcou com a trabalhadora nesta quarta-feira (20).

Selena saiu do Nova Conquista, em Santa Luzia, na Grande BH, com destino ao bairro da Graça, lado Nordeste da capital mineira. O primeiro desafio é andar até o ponto da avenida Yolanda Teixeira da Costa e conseguir embarcar no coletivo da linha 4335, Palmital B. Nesta quarta-feira (20), por exemplo, dois coletivos passaram lotados, sem condição para ela embarcar.

“É um verdadeiro salve-se quem puder. Pessoal arruma uma correria para entrar. Quem consegue entrar ganha o prêmio de ficar em pé, espremido no ônibus lotado. Quem fica para trás só chora e chega atrasado”, descreve a diarista.

Já no Centro de BH, ela esperou mais tempo no ponto para embarcar no ônibus da linha 414. O trajeto total, entre o Nova Conquista e o bairro da Graça, durou cerca de 2 horas.

“A gente sai cedo de casa e chega tarde no trabalho, porque o ônibus não ajuda a gente no trajeto. Muita gente, muita gente na estação (São Benedito), porque você não consegue embarcar no primeiro e tem que esperar o segundo ou o terceiro. É um cansaço muito grande isso”, diz a trabalhadora.

Selena não tem esperança de melhoria no sistema. “A tendência é piorar”, diz a diarista, que se preparava para mais um dia de trabalho e pensava na volta para a casa.

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