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Chuva de peixes? Moradores de BH se surpreendem com lambaris na calçada

Especialista explica o fenômeno que deixou moradores curiosos no bairro Providência, na região norte da capital mineira

Especialista explica que aves podem ter capturado os peixes no Ribeirão do Onça

Moradores do bairro Providência, na região Norte de Belo Horizonte, testemunharam uma cena curiosa: peixes apareceram na calçada em frente às suas casas.

O fenômeno foi registrado na quarta-feira (13) e gerou brincadeiras e desconfiança entre vizinhos. “Ontem de manhã, fui alimentar minha cachorrinha e vi ela rodeando algo. Quando olhei, era um peixe. Não dei muita importância. Mas, depois, meu irmão foi à rua e encontrou outros cinco peixes no chão”, contou o agente de atendimento, Rodrigo Souza, de 38 anos.

Eles, que moram perto ao Córrego do Onça, ficaram surpresos e curiosos. “Moramos a dois quarteirões do rio. Lá, tem muita garça. Acho que alguma ave pode ter trazido para cá.”

Em entrevista à Itatiaia, o professor Rafael Melo, do Instituto de Ciências Biológicas da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) disse a teoria de Rodrigo faz sentindo.

“O mais provável é que alguma ave aquática - como, por exemplo, uma garça ou um biguá - que se alimentam de pequenos peixes - como, por exemplo, piabas, lambaris, e carás - tenham deixado o animal cair”, explicou.

Mas, ele chama atenção para a possibilidade de vida aquática no Córrego do Onça. “O interessante nessa história toda é entender de qual ponto do Ribeirão do Onça (o animal saiu). Se o ponto onde ele mora é muito poluído ou não. Nossa cidade está repleta de córregos, rios, ribeirões, urbanos... Apesar da poluição, ainda pode haver peixes,” explicou.

O especialista disse que não é possível identificar uma espécie apenas por uma foto. “Eu teria que pegar o animal, ver pessoalmente. Mas, parece ser um lambari de rabo amarelo’’, disse.

“A gente sabe que apesar dos córregos estarem poluídos ainda existe uma fauna de peixes mesmo que toleram uma baixa concentração de oxigênio”, acrescentou.

Formou-se em jornalismo pela PUC Minas e trabalhou como repórter do caderno de Gerais do jornal Estado de Minas. Na Itatiaia, cobre principalmente Cidades, Brasil e Mundo.