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Roque Almeida: Quando os robôs assumem a rotina

A automação gera impacto importantes nas empresas, que buscam ferramentas essenciais para otimização das operações e redução de custos

A automação de processos por robôs, conhecida como RPA (Robotic Process Automation), tem se consolidado como uma ferramenta essencial para empresas que buscam otimizar operações e reduzir custos. No País, essa tendência é evidente: um estudo da OTRS Group revelou que 78% das empresas brasileiras já investiram em automação.

A implementação de RPA permite que tarefas repetitivas e baseadas em regras sejam executadas por “robôs” de software, liberando os colaboradores para atividades mais estratégicas. Isso resulta no aumento de eficiência e na economia de tempo e recursos. Os setores de Atendimento ao Cliente, Recursos Humanos e Administração têm liderado a adoção dessa tecnologia no Brasil.

Um exemplo prático dentro da minha consultoria é o de uma empresa do setor de construção civil que, nos últimos três anos, alcançou um crescimento de 35% sem aumentar seu quadro de funcionários. Isso foi possível graças à implementação de mais de 50 robôs em sua área contábil, automatizando processos que antes demandavam um grande esforço manual. Cientes deste caso, outras empresas do setor, como a Telesil, de Maceió, e a Unità, de São Paulo, também estão investindo em automação para aprimorar seus processos internos.

A integração da Inteligência Artificial (IA) com RPA é outra tendência. Segundo o estudo da OTRS Group, atualmente, 59% das empresas brasileiras que utilizam RPA também empregam IA ou aprendizado de máquina em seus fluxos de trabalho, porque essas tecnologias potencializam a capacidade de adaptação e resposta a diferentes cenários.

No entanto, a adoção de RPA ainda enfrenta desafios. Muitas empresas apontam a falta de conhecimento especializado como obstáculos para a implementação dessa tecnologia. Daquelas empresas que já investiram em automação (78%), 52% possuem experiência no uso dessas tecnologias, mas 26% ainda estão em fase de adaptação – um número muito alto quando falamos da implementação de uma ferramenta que foi estudada, escolhida e investida pela empresa.

Por isso, ao investir em automação, é crucial que as organizações invistam também na capacitação dos seus colaboradores; uma transição bem-sucedida dependerá disso. A formação da equipe, nesse sentido, deve entrar diretamente no orçamento da RPA, com todo o seu potencial para redesenhar os processos de trabalho.

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Roque Almeida é CEO da matter&Co, primeiro ecossistema de inteligência de negócios da América Latina. É empresário com quase 30 anos de experiência como executivo, consultor, professor, investidor, conselheiro de empresas dos mais variados segmentos e fundador da Smart Business Lab, consultoria de estratégia e gestão de negócios.