Dados das últimas edições do Estudo do Mercado de Loteamento de 2024 mostram um cenário promissor nesse ano para o segmento em Minas Gerais. O levantamento considera as tendências de crescimento observadas nas últimas pesquisas e a expectativa é que o setor feche o balanço de 2024 com um Valor Geral de Vendas (VGV) próximo a R$ 3 bilhões em 2024, o que representa um aumento de quase 25% em relação ao ano anterior.
O estudo foi realizado em 300 cidades mineiras, o que representa 41% da população e mais de 55% do PIB de Minas Gerais. As entidades responsáveis pelo importante relatório foram a consultoria Brain a pedido da Associação das Empresas de Loteamento e Desenvolvimento Urbano de Minas Gerais (Aelo-MG), do Sindicato da Indústria da Construção Civil no Estado de Minas Gerais (Sinduscon-MG) e da Câmara do Mercado Imobiliário e Sindicato da Habitação de Minas Gerais (CMI/Secovi-MG).
Segundo o o relatório, no terceiro trimestre, data do último levantamento publicado, as vendas do condomínio fechado mais uma vez foi o destaque: passaram de 178 lotes vendidos no segundo trimestre de 2024, para 284 no terceiro trimestre, uma alta de 59,6%.
Já a venda em loteamentos abertos apresentou queda de 47,4%. O preço médio do metro quadrado do condomínio fechado passou para R$ 720,00 frente aos R$ 650,00 do mesmo período de 2023, ou seja, uma valorização de quase 11%. Quase 60% do estoque de lotes em condomínios fechados em Minas Gerais tem preço superior a R$ 300.000,00, sendo que quase 32% destes têm o preço do metro quadrado superior a R$ 1.000,00.
Outra conclusão é que os lançamentos de loteamentos fechados no terceiro trimestre de 2024 triplicaram em relação ao mesmo período de 2023, ao passar de 225 lotes lançados (14,7% do total do período) para 938, (73,3% do total do período) um avanço de 316,9%.
O resultado se reflete, inclusive, no Valor Geral Lançado (VGL) dos loteamentos, abertos e fechados que, somados, apresentaram alta de 29,3% em relação ao segundo trimestre de 2024.
Ticket médio superior
Esse crescimento indica um valor de ticket médio superior, tanto em loteamentos abertos, quanto fechados, e sinal da valorização do produto lote no mercado.
“Os resultados mostram que o mercado de loteamentos em Minas tem uma forte demanda reprimida, com a intenção de compra alcançando 48%, o melhor patamar histórico já registrado”, avalia o presidente da Associação das Empresas de Loteamento Urbano de Minas Gerais (Aelo-MG), Flávio Guerra.
Os dados apontam também um crescimento expressivo no número de lançamentos, que teve alta de 184%. Saltou de 1.235 para 3.507 lotes entre o segundo trimestre de 2023 e o mesmo período de 2024.
Essa demanda reprimida, com a intenção de compra de 48%, é um indicativo do forte interesse por novas oportunidades no mercado. Para que esse crescimento seja sustentável, é essencial que o ritmo de lançamentos continue a aumentar.
Tendências
O levantamento mostra ainda que o perfil do consumidor também tem ditado tendências. A busca por qualidade de vida deve redefinir os padrões de urbanização e a forma como as pessoas escolhem morar e trabalhar.
Segundo Flávio Guerra, tendências como a proximidade entre casa e trabalho, a valorização de bairros caminháveis e a integração de serviços essenciais no próprio entorno devem continuar ganhando força.
Esse movimento já foi, inclusive, apontado pelo Censo de 2022 do IBGE, que revelou uma redução inédita na população de grandes capitais. Essa transformação urbana reflete o desejo crescente por soluções sustentáveis, que aliam tecnologia, preservação ambiental e planejamento centrado no bem-estar da comunidade.
“As cidades já foram pensadas para caber os carros, que nada mais são que máquinas. Hoje sabemos que o ponto central de qualquer cidade deve ser a comunidade, as pessoas que vão morar ali. Isso é feito por meio da preservação ambiental e do fomento à economia local pela rede de comércio que se forma: o açougue, o hortifrúti, a papelaria e assim por diante”, esclarece Guerra.
Na opinião do executivo, empreendimentos que oferecem alamedas arborizadas, iluminação em LED, reutilização de água e espaços verdes bem estruturados serão cada vez mais procurados, pois sinalizam que o futuro das cidades passa por um equilíbrio entre inovação, funcionalidade e harmonia com o meio ambiente.